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A plataforma de varejo e serviços AgroGalaxy acaba de anunciar uma nova aquisição nesta segunda-feira (10/1). Logo no início de 2022, foi concluída a compra da distribuidora Agrocat mediante o investimento de R$ 195 milhões. Destes, R$ 180 milhões se referem ao pagamento a ser feito no dia corrente, além de R$ 15 milhões “a título de Preço Complementar, em razão do atingimento de determinadas circunstâncias”, como diz o fato relevante divulgado hoje aos investidores.

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Fachada de revenda do AgroGalaxy (Foto: Divulgação)

 

Enquanto o AgroGalaxy já é composto pelas marcas Rural Brasil, Sementes Campeã, Agro100, AgroFerrari, Sementes Boa Nova, Grão de Ouro, Boa Vista e Ferrari Zagatto; a Agrocat acumula 23 anos de atuação na região entre o noroeste de Mato Grosso e Rondônia, onde o AgroGalaxy até então não atuava. E a fatia desta localidade é interessante. O faturamento da Agrocat nos últimos 12 meses findos em novembro de 2021 totalizou R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 845 milhões em insumos e R$ 355 milhões em grãos.

Incorporar a Agrocat no portfólio passou a ser estratégico, segundo Marco Teixeira, vice-presidente de operações Norte/Centro-Oeste e que comandará a Agrocat. Isso porque, é um dos pilares do AgroGalaxy ampliar a atuação pelo país por meio de “M&A”, como ele diz. A sigla significa mergers and acquisitions em inglês, ou fusões e aquisições, em português.

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De acordo com ele, o setor do agronegócio ainda é muito fragmentado em revendas e marcas regionais. Para ganhar escala como distribuidor de insumos e alcançar a fidelização do produtor, a estratégia do AgroGalaxy é adquirir alguma empresa local, que já seja consolidada e possua uma carteira de clientes expressiva. Novamente, a Agrocat atendia a estes requisitos, com 11 lojas que cobrem 84 municípios em Mato Grosso e Rondônia.

“O M&A é muito eficiente para entrar de forma mais rápida em regiões onde a gente não tem atuação e de difícil penetração orgânica. O M&A te dá um atalho, porque em vez de você ter um novo concorrente, você acaba comprando um player significativo para aquela região”, conta Marco.

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Clima e abastecimento

Com a nova aquisição, o AgroGalaxy passa a atender cerca de 12 milhões de hectares de área plantada. Parte da estratégia da empresa está em atuar em estados e municípios diferentes, a fim de evitar a dependência de uma localidade e de uma condição climática. Entre a estiagem do Sul e a umidade do Centro-Oeste, é isso que tem equilibrado o desempenho da empresa nos últimos anos.

Marco Teixeira lembra que o Paraná está em sua terceira quebra de safra consecutiva, considerando verão e safrinha. Já no Cerrado, algumas regiões registram baixa insolação e muita umidade, o que compromete o preenchimento dos grãos de soja.

“O clima impacta a capacidade de produzir e a quebra [de safra] acaba subindo o preço de tudo. Por isso, optamos por uma geografia dispersa, para reduzir esse risco de volatilidade. E na média nacional do portfólio, esse impacto do clima é reduzido”, diz.

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Além do clima, outro desafio encarado pelo AgroGalaxy tem sido o abastecimento de insumos. Na realidade, por enquanto, o executivo da empresa afirma que todos os clientes foram atendidos para a safra 2021/2022. Mas este deve ser um ponto de atenção para o decorrer de 2022. Inclusive, ele esclarece que a origem da escassez de fertilizantes é diferente do motivo da falta de produtos para proteção do grão.

“Essa safra 21/22 teve dois problemas de ruptura em fertilizante e crop protection. São motivos diferentes. O fertilizante teve problema de logística e  teve uma questão de oferta por conta de geopolítica. Em crop protection, em particular o glifosato, dependemos de importação da China e as fábricas lá começaram o processo de descarbonizar”, resume Marco Teixeira.

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O reflexo no campo, segundo ele, é que o produtor está comprando o mínimo de fertilizante possível por causa dos altos custos. Mas ele alerta que deixar para comprar muito próximo à safra é arriscado. “Esse ano vai ter problema logístico novamente e quem comprar em cima da hora pode correr riscos”, diz.
Source: Rural

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