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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) destacou em seu relatório anual de exportações as dificuldades enfrentadas pelo setor em 2021, quando encarou o seu “maior desafio jurídico”. Segundo a entidade, a alta dos preços da soja e outras commodities no mercado internacional após o início da pandemia de Covid-19 levou um aumento de 100% na quebra de contratos de venda antecipada da oleaginosa no último ano, com muitos produtores insatisfeitos com a diferença entre os valor firmado no início do ano e os praticados no mercado físico a partir do segundo semestre.

Segundo Anec, o Brasil exportou 86,63 milhões de toneladas de soja no último ano (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

 

“O aumento de preços associado à grande valorização do dólar norte-americano em 2021, criou o maior desafio jurídico para o agronegócio brasileiro. Houve aumento de até 100% na judicialização dos contratos a termo devido à insatisfação dos produtores com os descasamentos entre os valores pactuados em 2020 ou início de 2021 e o valor alcançado pelas commodities no mercado spot”, aponta o documento divulgado nesta terça-feira (04/01). Ao todo, o Brasil exportou 86,63 milhões de toneladas de soja no último ano, segundo a Anec. Desse total, 70% foi destinado à China, com quase 60 milhões de toneladas.

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“O maior alerta de 2021 veio da China e sua maior cautela com os embarques de soja brasileira, que a cadeia da soja se dedicou a resolver imediatamente”, lembra a Anec ao comentar o aumento do controle sanitário nos principais destinos da soja brasileira no último ano. “Chegar a um produto final que atenda às demandas de uma infinidade de mercados consumidores não é uma tarefa simples. Em um ano em que o controle dos resíduos de agroquímicos nos grãos se intensificou em alguns mercados, as exigências sobre a ausência de eventos OGM, a presença de pragas quarentenárias, os níveis e a qualidade das proteínas permanecem como pontos de atenção”, observa a entidade.

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No caso do milho, a Anec destaca a quebra da safra 2020/21, com uma produção 18% em relação à temporada passada (85,8 milhões de toneladas). Com isso, também houve queda de 38,5% nas exportações do grão no último ano, com 20,55 milhões de toneladas embarcadas. Já as importações somaram 1,47 milhões de toneladas. “Devido à flutuação da quantidade de milho disponível para exportação, o comércio internacional enfrenta grande quantidade de recompras de contratos (washout) e suas consequências, como reescalonamento de navios, mudanças sutis logísticas, novos contratos de venda, etc”, observa a Anec ao destacar que o aumento das exportações de soja gerou pressão adicional sobre a logística do setor.

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“O atraso na colheita da soja 2020/21 fez com que os navios parassem nos portos em janeiro, devido à falta de soja disponível para exportação e o embarque teve início em fevereiro. Como resultado do clima seco em abril e maio, o Brasil carregou um volume recorde de soja nesses meses”, completa a entidade.
Source: Rural

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