Skip to main content

Quando se fala em promoção da sustentabilidade, o agronegócio tem estado cada vez mais sob os holofotes. De um lado, ameaças de boicotes a produtos brasileiros em mercados consumidores importantes, em função do aumento do desmatamento. De outro, um setor dos mais importantes da economia brasileira quer mostrar que já adota práticas sustentáveis e que está ciente de que a agenda ESG é um caminho sem volta. Confira oito iniciativas de instituições ligadas ao agronegócio com o objetivo de contribuir com a agenda verde.

A sustentabilidade do sistema de integração lavoura-pecuária atrai investimentos (Foto: Gabriel Faria/Embrapa)

 

saiba mais

Califórnia deveria cortar petróleo da floresta amazônica, dizem ONGs

Carbono entre US$ 12 e US$ 13 pode apoiar regeneração florestal, diz presidente da Suzano

 

Reciclagem de Embalagens Vazias de Agrotóxicos

 

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) foi criado há 21 anos com o objetivo de dar uma destinação correta às embalagens vazias de agrotóxicos. Segundo a entidade, dedse o início do programa, já foi dada a destinação correta a 600 mil toneladas de embalagens. De todo o material entregue, 94% são reciclados e usados para produzir novos recipientes. As embalagens que não têm condições de passar pelo processo de reciclagem são incineradas em um local apropriado. Saiba mais sobre como descartar de forma correta as embalagens vazias de agrotóxicos.

O programa de logística reversa do Brasil é referência mundial na reciclagem das embalagens de defensivos agrícolas. (Foto: Thinkstock)

 

 

saiba mais

Energias renováveis ​​dominarão nova capacidade de energia até 2026, diz IEA

Campanha visa cobrar de restaurantes compromissos com uso de ovos de galinhas livres de gaiolas

 

Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF)

A Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) visa maior rendimento produtivo com o reaproveitamento de áreas degradadas. Além de promover o uso integrado da mesma terra para diferentes fins, como a produção de grãos, bovinos, agroenergia e preservação de florestas. Com técnicas de plantio adequadas, a integração busca melhorar a eficiência dos sistemas de produção, a fertilidade do solo e reduzir o uso de agroquímicos, através do cultivo de grãos, criação de gado e plantação de florestas. Avanços científicos no manejo de solos, na genética e evolução tecnológica das máquinas viabilizaram a ampliação dos sistemas de integração. Nos últimos 20 anos, as áreas que utilizam o sistema ILPF saltaram de 2 milhões para cerca de 16 milhões de hectares.

A ILPF promove um desenvolvimento eficiente dos sistemas de produção e diminui a emissão de gases de efeito estufa. (Foto: Pedro Nogueira/Divulgação)

 

 

saiba mais

A integração lavoura-pecuária-floresta está revolucionando a agropecuária do Brasil

Na COP26, secretário do Mapa diz que próximo Plano Safra será "absolutamente verde"

 

 

 

Reforma e recuperaçao de pastagem

A reforma de pastagem serve para o preparo e correção do solo, implantar programas de controle de erosão, adubação e semeadura do capim que deve ser plantado na área. Essas práticas requerem alto investimento e tempo para planejar todas as ações que devem ser tomadas de forma constante e em datas específicas do calendário. A manutenção tem benefícios produtivos que melhoram a qualidade e quantidade de bovinos sendo criados naquela área. Assim como benefícios ecológicos, menor possibilidade de erosão, maior retenção de água, sequestro de carbono e aumento da biodiversidade. São ganhos para o meio ambiente e para o produtor rural.

Segundo estudos da Embrapa no bioma Pampa, o manejo correto das pastagens, além de melhorar a produção e o desempenho animal, promove a redução da emissão de gases de efeito estufa, pois animais em altura ótima de pastejo emitem 30% menos metano (Foto: Robispierre Giuliani/Ed. Globo)

 

saiba mais

Como um conflito envolvendo carvão quase afundou o Pacto Climático de Glasgow

Em meio à COP26, desmatamento na Amazônia em outubro é recorde para o mês, mostra Inpe

 

Plantio Direto

Enquanto a reforma de pastagem visa melhorar a produtividade da agropecuária de forma sustentável, o Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma forma de manejo do solo que visa aumentar a produtividade do cultivo de grãos, conservando e melhorando o ambiente de plantio. O SPD utiliza técnicas como, a ausência ou mínimo revolvimento do solo, cobertura do solo com palhada e rotação de culturas, que ajuda a melhorar as condições físico-químicas do solo e reduzir a incidência de doenças e pragas. A função da palhada é proteger o solo de escorrimento artificial, infiltração, perdas e erosões. O processo deve sempre ser adequado com a região e clima em que o produtor pretende implantar o sistema.

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma forma de manejo do solo que visa aumentar a produtividade do cultivo de grãos, conservando e melhorando o ambiente. (Foto: Reprodução: Embrapa)

 

 

saiba mais

Conheça as vantagens do plantio direto para hortaliças

Tecnologia e sustentabilidade podem elevar produtividade da pecuária bovina, aponta estudo

 

 

CAR e Regularização Ambiental

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro público eletrônico, obrigatório pelo Código Florestal Brasileiro a todos os imóveis rurais. Feito junto às autoridades estaduais e federais, os dados cedidos compõem o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), que tem como finalidade reunir as condições ambientais das áreas de preservação permanente e reserva legal. Segundo o Ministério da Agricultura, o CAR é o primeiro passo em direção à regularidade Ambiental. A partir dessas informações, é possível definir se uma propriedade rural está em dia com a legislação ambiental ou se tem algum passivo a recuperar, o que, de acordo com o Código Florestal, será feito por meio de um Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O Código Florestal Brasileiro determina áreas de preservação permanente a todos os biomas brasileiros; a Mata Atlântica, por exemplo, deve ser preservada em 20% dentro das propriedades rurais (Foto: Pixabay)

 

saiba mais

O que pode acontecer com quem não cumprir metas do clima? COP26 deve definir cláusulas de transparência

Lei que incentiva combustível sustentável na aviação é publicada

 

Biogás 

Com origem na decomposição de matéria orgânica animal e vegetal, o biogás pode ser produzido a partir de resídulos como esterco animal, palha, vinhaça de cana e, até, grama. Esse material é processado em um biodigestor, gerando o gá e biofertilizante. O biometano, fruto do refino do biogás poder ser usado empara gerar energia ou no transporte. De acordo com entidades e isntituições representativas do setor, como o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o Brasil apresenta uma grande capacidade de gerar o recurso. 

A Abiogás aponta que, com mais investimentos no setor, bem como a continuidade do ambiente regulatório favorável, o biogás pode atuar como um importante componente da participação brasileira no cumprimento da meta global de redução de 30% de emissões de metano até 2030, acordada na COP26. Nas contas da entidade, produzir 30 milhões de metros cúbicos por dia de biometano até 2030 seria equivalente a "captar e dar uma utilização mais nobre" para 7,2 milhões de toneladas de metano por ano.

O biogás já é produzido a larga escala em nível industrial, como é o caso das Usinas Raízen (Foto: Raízen/Divulgação)

 

saiba mais

COP26 deve dar resposta sobre financiamento e governança da economia de baixo carbono

Bloqueio europeu a commodities deve entrar em vigor já em 2022, avalia ex-adida comercial da França

 

Etanol, biodiesel e hidrogênio verde

Fontes de energia alternativas, os biocombustíveis têm caráter renovável e apresentam baixos índices de emissão de gases poluentes. O uso dos biocombustíveis é considerado como um grande passo em direção à descarbonização no setor de transportes.

O etanol é utilizado no Brasil como combustível de veículos e equipamentos de motores leves. Tanto no anidro (misturado à gasolina) quanto no hidratado (que abastece diretamente os veículos flex). O país é destaque como um dos líderes mundiais na produção. Até a primeira quinzena de dezembro, a produção de etanol de cana-de-açúcar estava em 32 bilhões de litros na safra 2021/2022, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar. O Brasil també produz etanol de milho, em franca expansão. Segundo a União Nacional de Etanol de Milho (Unem), a produçãona safra 2021/2022 deve chegar a 3,5 bilhões de litros. Até a safra 2030/2031, o volume deve chegar a 9,65 bilhões de litros

O biodiesel  é utilizado, principalmente no transporte pesado, mas sempre misturado ao diesel derivadode petroleo. Atualmente, a mistura é de 10%, mas a legialação já prevê proporções maiores. Assim, como no caso do etanol, o Brasil tambémé referência na produção desse biocombustível, que, no país, tem a soja como principal matéria-prima. Até este ano, a comercialização do combustível era baseada em leilões feitos pelo governo, prática que deixará de ser adotada a partir de 2022.

Já o hidrogênio verde é considerado o “combustível do futuro”, obtido a partir da separação da molécula do hidrogênio (H) de outros compostos, como o metano (CH4). Ao estimular a reação do hidrogênio com o oxigênio (O), ocorre um fenômeno denominado “eletrólise”, em que se tem como resultado água e energia. A tecnologia ainda carece de mais estudos sobre sobre transporte, armazenamento, licenciamento e custos para a produção em larga escala. Mas, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), foi defendida como viável para o Brasil, pelas condições climáticas e territoriais favoráveis.

A produção dos biocombustíveis dá-se a partir de produtos agrícolas. A cana-de-açúcar é a mais utilizada para esses processos, porém, também pode-se obter a matriz energética por meio do milho e da mamona (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

saiba mais

Mourão diz que narcotráfico pode estar envolvido com garimpo no rio Madeira

COP26: Brasil e Reino Unido assinam acordo para simular aumento de CO2 na Amazônia

 

Bioinsumos

Os bioinsumos são aqueles produzidos a partir de microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais, aproveitando-se de suas características evolutivas naturais no comonate de pragas e doenças, além da melhora na fertilidade do solo pela disponibilidade de nutrientes. Entre os diversos tipos desses insumos, estão os biodefensivos, biofertilizantes e bioestimulantes. Esses produtos são considerados de baixa toxicidade em relação aos químicos, além de contribuir com a redução desse tipo de composto no solo.

Aqui no Brasil, o Ministério da Agricultura lançou o Programa Nacional de Bioinsumos e, por meio dele, afirma estar priorizando a análise e o registro desse tipo produto. Em novembro, por exemplo, mais 12 biodefensivos tiveram o seu uso autorizado no território nacional, somando 77 produtos de baixa toxicidade registrados apenas em 2021. Quando o Programa foi lançado, em 2020, o paísregulamentou 95 defensivos dessa natureza.

saiba mais

 

 

Um exemplo de biodefensivo é o fungo da linha da Koppert, que atua como um inseticida para o controle do psilídeo (Diaphorina citri) e da lagarta Helicoverpa armigera em qualquer cultura cítrica (Foto: Getty Images)

 

Leia mais sobre Um Só Planeta

*edição Raphael Salomão
Source: Rural

Leave a Reply