Skip to main content

As parcerias entre pequenos produtores de alimentos e startups de comida tem gerado bons frutos para ambos os negócios. Desde o início da pandemia, o trabalho no campo não parou, e foi quem abasteceu toda a cadeia de alimentos do país, desde os grandes supermercados até as pequenas cozinhas.

A Olga Ri, uma startup de delivery de saladas localizada em São Paulo, viu na agricultura familiar a oportunidade de fazer seu negócio mais rentável e garantir a qualidade de seus produtos. E ao contrário do que se pensa, quanto maior a demanda, menor o consumo dos grandes supermercados e Ceasas e maior a contribuição da agricultura familiar.

A Olga Ri, que entrega saladas pelo estado de São Paulo, possui diversas parcerias com pequenos produtores e agricultores familiares (Foto: Olga Ri/Divulgação)

 

 

“Produtos em quantidades pequenas, nós compramos em distribuidores tradicionais, mas tudo que a gente compra em volume grande é direto dos produtores. São produtores que normalmente dedicam boa parte da sua produção para nós. A gente compra um volume muito representativo para eles, e isso dá uma garantia de que não vai sobrar produção”, afirma Bruno Sindicic, CEO da Olga Ri.

Margareth Bispo, produtora independente de produtos agroflorestais e orgânicos produz couve kale, alecrim, hortelã, tomilho, manjericão e outros produtos para a Olga Ri.  De acordo com a agricultora, sua produção é baseada somente na certeza da venda, e a startup parceira garante que boa parte do que está em solo será comercializado.

Cozinha da startup em funcionamento, em São Paulo (Foto: Olga Ri/Divulgação)

 

 

saiba mais

Inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) está aberta para entidades públicas e privadas

BNDES suspende pedidos de financiamento para linha do Pronaf Investimento

 

 

 

 

 

 

 

“Hoje, não tem como um pequeno produtor colocar qualquer coisa na terra se não tiver um comprador direto, porque repassar para outros venderem não cai dentro do processo de sustentabilidade”, diz a produtora. Margareth afirma que essa parceria já abriu outros caminhos para seu negócio, e hoje, sua produção atingiu um patamar de 150 a 200 quilos de alimentos por semana.

Quando o alimento vem direto do produtor, quase não existe desperdício. Como nós sabemos de onde está vindo, esses produtores se preocupam em não economizar na qualidade"

Bruno Sindicic, CEO da Olga Ri

Sindicic explica o que faz o negócio direto com o produtor ser vantajoso. “Quando o alimento vem direto do produtor, tiramos vários intermediários da cadeia do hortifruti convencional, quase não existe desperdício. Como nós sabemos de onde está vindo, esses produtores se preocupam em não economizar na qualidade”.

De acordo com o CEO, a estabilidade de compra de sua empresa dá segurança para o produtor se planejar e produzir o necessário, sem prejuízos, o que barateia a sua salada. “Desta forma, o produtor consegue comprar uma máquina que vai ajudar na produção, fazer um financiamento mais barato, por exemplo. Isso reflete no preço final, porque ele consegue praticar um preço menor”.

Dificuldades durante a pandemia

De acordo com a agricultora, a pandemia foi o período em que ela mais trabalhou na vida, recebendo menos por isso. Ela conta que a geada a fez perder algumas espécies e foi preciso se reinventar diante das dificuldades. “No período de pandemia não paramos nenhum dia. Nunca trabalhei tanto na vida, por conta de ser mulher à frente de uma administração e produção rural, fazendo captação de consumidores, planejamento de plantio, gestão de cobertura, adubação, preparo de solo com os agrônomos”.

Parcerias com startups de delivery beneficiaram os negócios da agricultora familiar Margareth Bispo ao longo da pandemia (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Margareth destaca que a parceria com a startup acabou sendo importante. “Conseguimos trazer mão de obra de um técnico em agronomia para acompanhar a produção, e contratar mais duas pessoas de higienização. Ou seja, criamos três mãos de obra qualificadas que estavam à deriva do mercado”, afirma a produtora.

Hoje, segundo Margareth, sua produção tem condição de atender a Olga Ri “do dia para a noite”. “Tivemos que enfrentar o medo e sucumbir à dor, porque perdemos colaboradores e produtores, mas em momento nenhum deixamos de cumprir os compromissos, principalmente com quem vai servir o outro”, exaltando a parceria.

Reciclagem

Através da iniciativa Eu Reciclo, a Olga Ri tem tmbém parcerias com cooperativas de reciclagem, que retiram do meio ambiente a quantidade de plástico que a startup se propõe a reciclar. “A política nacional de resíduos sólidos orienta as empresas a reciclarem 22% do material que elas colocam no meio ambiente, nós reciclamos 200%. Ou seja, a cada quilo de plástico que eu coloco no mercado, retiro dois. Isso dá um efeito líquido positivo no meio ambiente, porque quanto mais eu vender, menos plástico vai ter no meio ambiente”, explica Sindicic, CEO da startup.

Leia mais notícias sobre Empresas e Negócios no site da Globo Rural

Outra parceria é com a Musa, empresa de gestão de resíduos. Segundo a startup, nada do lixo produzido pela cozinha vai para aterros sanitários. “Nós temos rejeitos orgânicos, que não serão aproveitados, então viram adubo para compostagem. Os resíduos recicláveis vão virar matéria-prima nas cooperativas para serem processados. Agora, tudo que for rejeito é incinedado para gerar energia. Basicamente, 100% dos resíduos voltam para a cadeia de reuso, tudo tem um destino”, afirma.
Source: Rural

Leave a Reply