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A região Sul do Brasil mantém a tendência de pouca chuva para as próximas semanas, o que coloca ainda mais em risco o desenvolvimento das lavouras de soja e de milho de primeira safra nos estados da região, especialmente no Rio Grande do Sul. O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, afirma que já há relatos de perdas entre 50% e até 70% em lavouras do cereal, por parte de produtores gaúchos.

Chuva mais concentrada na região centro-norte do país pode levar a excessos de umidade em regiões como o Matopiba (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

 

"Essa ausência de chuvas regulares têm trazido apreensão aos produtores. A falta de chuvas já traz quebras, principalmente no Rio Grande do Sul, com relação a milho e soja. Principalmente no milho, em que já há quebras acentuadas. Algumas áreas, até superiores a 50% e propriedades falando em 70% de quebra milho verão no Rio Grande do sul", disse ele, em boletim divulgado via internet.

Marco Antônio explica que a situação é causada pelo fenômeno climático La Niña. Com as águas do Oceano Pacífico mais frias, os corredores de umidade ficam mais afastados da região sul do Brasil, provocando a falta de chuvas, que afetam o desenvolvimento das lavouras de verão no Sul do Brasil, especialmente na metade sul do Rio Grande do Sul.

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"Para o final da semana e começo da semana que vem, há posibilidade de retorno das chuvas para o sul do brasil. Mas, dificilmente venha ocorrer chuva na metade sul  do Rio Grande do Sul, que deve se manter com poucas chuvas ao longo de dezembro", disse Santos.

A tendência para a próxima semana, segundo ele, é de pouca chuva para grande parte da região centro-sul do Brasil, especialmente na faixa mais ao norte do Rio Grande, do Sul, além de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e parte de Mato Grosso do Sul.

De outro lado, o problema na faixa mais central e norte do Brasil é o excesso de chuva, afirma o agrometeorologista da Rural Clima. Sem previsão de chuva para ao Cone Sul, e com o clima na região sob os efeitos do fenômeno La Niña, os corredores de umidade tendem a se manter nas áreas mais a norte do Brasil, fazendo chover mais em áreas de Rondônia, Mato Grosso, norte de Goiás, norte de Minas Gerais e no Matopiba.

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"Essas chuvas têm provocado muita apreensão nos produtores de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão. Por conta do excesso de dias chuvosos, há problemas para realização dos tratos culturais, baixa luminosidade, afetando o pleno desenvolvimento e enchimento de grãos da soja", explica Marco Antônio do Santos.

A tendência, diz ele, é da situação se manter assim pelo menos até a virada do ano e primeira semana de janeiro. Segundo o agrometeorologista da Rural Clima, na semana entre o Natal e o Ano Novo, os modelos climáticos indicam um retorno da chuva para o centro-sul do Brasil.

"A semana entre o Natal e ao Ano Novo e a primeira semana de janeiro deve ser marcado pelo retorno das chuvas ao sul e um pouco menos no Centro-norte do Brasil, que vai ser de suma importância, por causa do início da colheita em algumas dessas regiões ao norte do Brasil", disse Santos.
Source: Rural

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