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Luiz Augusto Pinheiro de Souza, proprietário da Fazenda Água Sumida, na região de Brotas (SP), negou as acusações de maus tratos a búfalas em sua fazenda, como tem sido denunciado por autoridades e ativistas de defesa dos animais. Em entrevista ao portal G1, ele disse que faltou pasto por causa da estiagem e atribuiu a perda de peso à idade avançada dos animais.

"Existe uma diferença em 'deixar para morrer', como dizem, e 'morrer naturalmente'. Na maioria, são vacas que estão velhas, que procriaram, produziram. Eu não posso matá-las, mandá-las para o abate, só porque estão velhas. O animal vai ficando velho e vai tendo dificuldade de locomoção, perde os dentes, não consegue absorver todos os nutrientes e vai emagrecendo", alegou.

Hoje sob tutela da ONG Amor e Respeito Animal, búfalas sobreviventes recebem tratamento veterinário para se recuperar dos maus tratos (Foto: Divulgação/Catharina Bastos) (Foto: Divulgação/Catharina Bastos)

 

A reportagem informa que Souza foi ouvido por cerca de uma hora. E enviou material em vídeo para argumentar que a fazenda tinha estrutura para o trato com os animais. Por causa da situação, o pecuarista chegou a ser preso e recebeu multas que, de acordo com o G1, já chegam a R$ 4 milhões depois que os animais foram encontrados com sinais de abandono e sem água e alimentação.

O caso da búfalas de Brotas gerou uma onda de indignação tanto entre ativistas quanto entre pecuaristas e representantes da cadeia produtiva da pecuária bubalina. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), criadores se uniram na doação de alimentos para o rebanho, que está sob o cuidado de representantes de organizações não-governamentais.

Ao G1, Luiz Augusto Pinheiro de Souza disse que a fazenda tem 50 anos e que, antes, era um local de criação de bovinos da raça nelore. A mudança de atividade ocorreu em 2011, quando ele assumiu a administração, e passou a criar búfalas para a produção de leite. Segundo ele, um plantel que começou com 300 animais com idade entre 7 e 12 anos foi aumentando. Hoje, os animais têm entre 17 e 22 anos.

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Ele argumentou que os problemas começaram quando as búfalas foram colocadas em uma área de pastagens próxima de uma estrada que passa ao lado da fazenda. A rotação foi feita, segundo ele, em função da seca, que prejudicou áreas de pastagem na fazenda.

"E aí, esse gado, ficou mais perto da estrada. São vacas velhinhas, que são magras mesmo. Mas são todas vacas que criaram. Se elas criaram, já têm uma condição corporal razoável, se não, não teriam nem emprenhado, nem criado", explicou ao G1.

Ao portal, ele acrescentou que, com a idade avançada dos animais, a perda de peso é algo normal, já que as fêmeas mais velhas têm perda de dentição e absorvem menos nutrientes. "Todo ano há perdas de animais. Não só eu, todo mundo tem perda de animais mais velhos, são os que mais morrem naturalmente", disse.

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Ele nega as acusações de maus tratos e que as animais tenham ficado sem água. E afirma que os estoques eram abastecidos diariamente. E que não faz sentido ser acusado de deixar morrer de forma proposital animais que são sua fonte de renda.

"Por que eu ia confinar para morrer se eu posso vender? Se eu quisesse matar, ou se quisesse acabar com elas, eu venderia. No preço que está a carne hoje, eu venderia. Então é um absurdo dizer que eu deixei confinada para matar ", declarou, segundo o G1, acrescentando que não enviou os animais mais velhos para o abate por pena.

O pecuarista reclama ainda que a interpretação da polícia sobre a situação de sua propriedade e dos animais está equivocada. E que a sua prisão e de seus funcionários foi ilegal e arbitrária. Diz ainda que as multas recebidas são baseadas em falsas evidências. Segundo ele, a realidade é completamente diferente da divulgada e seu erro foi não ter divulgado sua versão dos fatos assim que o caso começou a ser divulgado.
Source: Rural

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