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Diante da dificuldade dos produtores encontrarem a vacina contra a febre aftosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou o prazo da campanha que venceria nesta terça (30/11) para pelo menos três Estados. Em São Paulo, a campanha vai se encerrar em 31 de dezembro e em Minas Gerais e Espírito Santo, a nova data é 20 de dezembro. A expectativa era vacinar 78 milhões de bovinos e bubalinos de até 24 meses. A prorrogação foi confirmada com os Estados. A assessoria do Mapa informou que deve atualizar nesta terça (30/11) como fica a campanha em todo o país.

Vacinação contra febre aftosa foi prorrogada em 3 estados (Foto: ALF RIBEIRO/AE)

 

"O produtor não poderia ser prejudicado pela falta de vacinas e, por isso, a Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo) alertou o Mapa para o problema e foi atendida”, disse nesta segunda (29/11) o presidente da entidade, Fábio de Salles Meirelles, em nota. Segundo ele, os produtores paulistas são os principais interessados em cumprir todas as normas sanitárias. O último foco de febre aftosa no Estado ocorreu há 26 anos.

Segundo o presidente, sindicatos rurais, com destaque para Monte Aprazível, Brotas, Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Patrocínio Paulista relataram à Faesp que os produtores não tinham conseguido adquirir vacinas em razão da falta do produto nos postos de revenda. No caso de Barretos, apenas uma revenda tinha doses e, em Araçatuba, não havia disponibilidade de frascos com menos doses para atender pecuaristas que têm poucos animais. O prazo final para declaração da vacina no sistema é 7 de janeiro de 2022.

A Faesp também relatou que recebeu informações de que a vacina subiu de preço. Na campanha passada, em maio deste ano, o teto era de R$ 1,60 a dose em São Paulo. Nesta campanha iniciada em 1º de novembro, produtores estavam pagando até mais de R$ 2,00 por dose.

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Em Minas, a ampliação do prazo e o remanejamento de doses das vacinas foram avaliados e autorizados pelo Mapa a pedido do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), do Sistema Faemg, de sindicatos rurais e de associações de criadores de animais. No Estado, o prazo para a declaração foi adiado para 30 de dezembro.

Em nota, a diretora-técnica do IMA, Cristiane Santos, disse que não há falta de vacina, mas sim problemas de distribuição em algumas regiões do Estado. “Nesta etapa, Minas Gerais já tem disponível 13 milhões de doses de vacina para um rebanho de 10 milhões de animais a serem imunizados. Estamos articulando com a iniciativa privada, revendedoras e Mapa para melhorar a logística.”

Segundo a assessoria do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), órgão que coordena a campanha no Estado, a prorrogação foi solicitada devido ao desabastecimento de vacinas em várias regiões do país, o que provocou atraso nas entregas ao Espírito Santo. O diretor-presidente do Idaf, Mário Louzada, disse que a comprovação de vacinação está em torno de 33%. “A situação dos estoques das lojas agropecuárias do Espírito Santo cadastradas no Idaf está normalizada neste momento, portanto, é importante que os pecuaristas adquiram as vacinas e imunizem seus animais.”

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A produção do imunizante é solicitada pelo Mapa junto ao  Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), que representa os fabricantes. A assessoria do Sindan reiterou nesta segunda-feira que não há falta de vacinas e que o problema se restringe à distribuição. “Em Minas Gerais, por exemplo, atendemos mais do que a demanda oficial. A produção está garantida e seguimos com estoque de segurança, se for necessário.”

Nesta campanha, o rebanho a ser vacinado diminuiu já que Paraná, Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso obtiveram em maio a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), se juntando ao Estado de Santa Catarina, que já era livre de aftosa sem vacinação. Como o país todo caminha para essa classificação até 2026, diminuiu o número de fabricantes do imunizante. O Brasil tinha sete indústrias de vacinas contra aftosa e agora tem apenas três.

A febre aftosa é causada por um vírus altamente contagioso e pode causar grandes prejuízos econômicos para os produtores e o país, pois afeta o comércio internacional. “A doença é transmitida pela saliva, aftas, leite, sêmen, urina e fezes dos animais doentes e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. Uma vez doente, o animal pode apresentar febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas”, alerta o fiscal do IMA Natanael Lamasma.
Source: Rural

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