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Em uma agenda de negócios que reuniu a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), a Embaixada do Brasil em Teerã e empresas têxteis iranianas, o Irã formalizou interesse na indústria têxtil brasileira. A informação foi divulgada pela Abrapa, que vê a possibilidade abertura de mercado e potencial parceria com um país que, atualmente, não está entre os destinos da pluma nacional.

Brasil e Irã abrem negociações para exportação de algodão (Foto: Dilvulgação/Abrapa)

 

De acordo com o comunidado da Abrapa, o mercado têxtil iraniano está em expansão. A estimativa é de que as importações de algodão estejam, atualmente, em 120 mil toneladas por ano, o que coloca o país entre os dez maiores compradores do mundo. O Brasil é o quarto maior produtor mundial, atrás da Índia, China e Estados Unidos, e, neste ano, tornou-se o segundo maior exportador do mundo.

Atualmente, as exportações brasileiras para o Irã se baseiam principalmente em soja em grão, farelo de soja e milho, destaca a Abrapa. O comércio movimenta mais de US$ 1,05 bilhão por ano. “No Brasil, quem produz algodão também cultiva soja e milho, porque fazemos uma sucessão de culturas ao longo do ano. O agricultor que está exportando grãos para o Irã também pode embarcar a pluma. Essa sinergia pode ser ainda maior se inserirmos a ureia nos negócios”, observou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. 

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Desde 2019, o Irã passou a fornecer ureia, insumo usado na fabricação de fertilizantes, para o Brasil. Entre janeiro e agosto de 2021, os iranianos responderam por 4,5% do volume total de ureia importada pelo mercado brasileiro. Em 2020, foram o quarto maior fornecedor, com 7% de market share, destaca o comunicado da Associação.

“A operação de barter (permuta) entre ureia e algodão é uma opção real para ampliarmos esse comércio bilateral”, afirmou o embaixador do Brasil em Teerã, Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, conforme divulgado pela Abrapa. 

Segundo a Abrapa, o detalhamento fitossanitário e o levantamento dos protocolos exigidos pelo Irã nas importações serão realizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E diante dos desafios na logística, os exportadores brasileiros de algodão pretendem se basear nas experiências positivas de comércio de outros produtos entre Irã e Brasil.

“Vamos identificar as oportunidades existentes com as empresas que já mantêm relação comercial com o Irã para benchmarking”, afirmou o conselheiro da Anea, Marco Antonio Néia.

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Do lado iraniano, o sinal também foi positivo, de acordo com a Abrapa. “Nossos principais fornecedores hoje são o Uzbequistão e a Índia, mas queremos ampliar a parceria com o Brasil, de quem já compramos muitas commodities”, pontuou Mostafa Navesi, executivo da trading Ariya Tejarat Sedeh Co. China e Estados Unidos, segundo e terceiro maiores produtores mundiais de algodão, que não exportam para o Irã.

“Esta é uma boa hora para o Brasil ocupar essa fatia de mercado, pois tanto o Uzbequistão como a Índia estão priorizando o consumo interno da fibra e direcionando a exportação para fios e tecidos. Por isso, nos interessamos pelo algodão brasileiro, pois precisamos da matéria-prima para abastecermos nossa indústria têxtil”, analisou Ahmad Ghasabi, representante da Khoy Textile Factories, na nota da Associação. 
Source: Rural

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