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O desmatamento da Amazônia somou 13.235 Km² entre os meses de agosto de 2020 e julho de 2021, de acordo com o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A alta é de 21,97% em comparação com o período anterior (agosto de 2019 a julho de 2020). Os números levaram organizações ligadas à defesa do meio ambiente a reforçares as críticas à gestão ambiental do governo Jair Bolsonaro, em meio a uma tentativa do país de melhorar sua imagem internacional em matéria de meio ambiente, como ocorreu na COP26, em Glasgow, na Escócia.

"Diferentemente da propaganda que o governo e seus aliados no agro e na indústria levaram à COP26, em Glasgow, o Brasil real é este, da terra arrasada, da violência contra populações
tradicionais e do crime organizado agindo sem controle na Amazônia", disse, em nota, Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, em comunicado.

Área desmatada da Amazônia perto de Porto Velho, em Rondônia (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

 

De acordo com a organização, o Prodes deste ano apontou a terceira alta consecutiva no desmatamento da Amazônia desde o início do atual governo. É também a primeira vez desde quando a medição começou a ser feita, em 1988, que a devastação da florestal sobre por um período de quatro anos seguidos. "Precisamos de uma resposta forte e à altura vinda de toda a sociedade", disse Artrini, no comunicado.

Também em comunicado, o Greenpeace reforçou as críticas e destacou a contradição entre o discurso do governo brasileiro na última Conferência do Clima e a realidade do país. Em comunicado, a organização destaca que o documento com os dados do Prodes e´datado de 27 de outubro. Portanto, antes mesmo de enviar sua delegação para Glasgow, o governo brasileiro já tinha ciência da situação. A COP26 foi realizada de 31 de outubro a 12 de novembro.

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"Os mais de 13 mil km² não surpreendem quem acompanhou os últimos três anos de desmonte na gestão ambiental brasileira e as tentativas de enfraquecer o arcabouço legal para a proteção do meio ambiente", destaca Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace, no comunicado.

Nas contas do Greenpeace, a área desflorestada entre julho de 2020 e agosto de 2021 é a maior desde 2006. Na média, houve um aumento de 52,9% na área desmatada nos três anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e 2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre 2016 e 2018).

No período em que a taxa foi medida, 32% dos alertas de desmatamento se concentraram nas Florestas Públicas Não Destinadas, que, segundo a organização, são alvo frequente de grilagem de terras.
Source: Rural

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