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Ser o maior exportador e terceiro maior produtor de carne de frango e o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo é uma grande responsabilidade para os produtores brasileiros. A missão de ajudar a alimentar o Brasil e os mais de 160 países que importam a nossa proteína animal é diária. E as projeções são desafiadoras: segundo o USDA (sigla em inglês para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mundo espera que a produção de alimentos nacional aumente 41%. E isso logo, em 2026/2027.

Estamos no caminho certo. Nossas projeções apontam para recordes históricos de produção e exportação da avicultura e suinocultura nacionais em 2021, mesmo diante das adversidades enfrentadas desde o início da pandemia e os altos custos dos insumos. Para ajudar nisso, agregar valor e atender aos mais diferentes e exigentes mercados, além de estar em uma posição de destaque global em produtividade, qualidade, sanidade e sustentabilidade, a avicultura e suinocultura podem contar com a tecnologia e a inovação.

 

Em missão recente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a agroindústrias de aves e suínos em Goiás, vi exemplos de soluções tecnológicas que, aplicadas com eficiência, preservam valor e status sanitário, além de gerar ganho produtivo. Com custos de produção elevados e compromissos urgentes com a sustentabilidade, a utilização de fontes renováveis de energia tem se mostrado uma importante estratégia de gerenciamento de consumo de energia em frigoríficos nacionais. Engenharia, hardwares e softwares dedicados a projetos de eficiência estão à disposição do setor.

Os aviários e frigoríficos de hoje em dia estão longe da imagem de antigamente. As empresas do setor se aproximam cada vez mais da indústria 4.0, com plantas de processamento com sistemas modernizados, integração de controladores e configuração de pontos de acesso. A tecnologia permitiu melhor apresentação de equipamentos, facilitação de manuseio e rapidez nos acionamentos. Aumento da confiabilidade, redução do tempo de parada, agilidade na detecção de falhas, aprimoramento de sistemas de rastreabilidade e melhor comunicação e sincronia entre diversas áreas também estão entre os ganhos. Isso é garantia de qualidade e eficiência.

Nossos destacados e reconhecidos, internacionalmente, padrões de sanidade agropecuária são aprimorados com tecnologia, que permite alta precisão nos processos, desde equipamentos que asseguram a excelência na qualidade da mistura das rações até sistemas de monitoramento constante para rastreio e confiabilidade de tudo que é produzido. Além disso, a produção conta ainda com procedimentos, práticas e tecnologias para proteção das informações. É a cibersegurança no agro! Em um mercado cada vez mais competitivo e com rápidos avanços tecnológicos, é preciso inovar em todos os setores.

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A tenacidade dos nossos produtores aliada a essa valiosa contribuição tecnológica nos levam a cenários históricos, mesmo diante das adversidades apresentadas. Outra menção importante também precisa ser feita: o apoio da ministra Tereza Cristina com medidas voltadas para a redução da pressão e das assimetrias existentes no mercado de grãos. No caso da carne de frango, os levantamentos da ABPA indicam que a produção nacional deverá ter crescimento de 3,5% em relação a 2020. As exportações mais do que 7,5%. O mesmo acontece com a carne suína: incremento na produção de 6% e na exportação de 12%.

Temos uma demanda nacional crescente, com um aumento progressivo do consumo interno de carne de frango e suína, proteínas mais acessíveis para as famílias brasileiras. Além disso, temos uma demanda internacional irreversível e, mais que mercados, temos consumidores cada vez mais exigentes com padrões de qualidade, sustentabilidade e consumo. Dispor de recursos tecnológicos para equilibrar custos, ampliar práticas sustentáveis e de governança para maior produtividade auxilia produtores de aves e suínos na equação diária de seguir alimentando o mundo, com segurança e qualidade.

*Ricardo Santin é presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

**as ideias e opiniões expressas neste artigo dão de responsabilidade exclusiva do seu autor e não refletem, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
Source: Rural

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