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O Brasil liberou dados de rastreamento de 1,4 mil barcos de pesca industrial pela plataforma Global Fishing Watch (GFW), plataforma criada em com o objetivo de monitorar embarcações de pesca em escala global. Em comunicado, a Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca, do Ministério da Agricultura, avalia que a abertura dos dados visa apoiar a ciência e a gestão da pesca no país.

“A parceria com a Global Fishing Watch é uma grande oportunidade para o setor pesqueiro brasileiro mostrar seu potencial para o mundo, assim como nossa intenção de promover a modernização da gestão das pescas na nossa Zona Econômica Exclusiva (ZEE), tomar decisões com base em evidências e alavancar a transparência”, destaca o Secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Junior, na nota.

De toda a frota de barcos de pesca registrada no Brasil, 2894 devem, por lei, constar no programa de rastreabilidade do governo e, desse total, apenas 1.400 tiveram seus dados disponibilizados para a Global Fishing Watch (Foto: Thinkstock)

 

Também em comunicado, a Oceana, organização que tem como causa a proteção dos oceanos e da vida marinha, pontua que os dados disponibilizados correspondem a quase metade das embarcações obrigadas por lei a constarem nos registros do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (Preps), que existe desde 2006. Devem contar no Preps barcos com comprimento total de 15 metros ou mais.

Pelo Preps, as informações sobre localização e movimento das embarcações são geradas de hora em hora. Mas não são acessíveis ao público. De acordo com a Oceana, com as informações sendo integradas ao Global Fishing Watch, esse acesso passa a ficar aberto, viabilizando a geração de dados sobre áreas de pesca e auxiliando no monitoramento e fiscalização.

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“Com a abertura dos dados para o Global Fishing Watch, o Brasil finalmente se junta a países como Chile, Peru, México, Belize e outros, impulsionando transformações positivas na maneira como gerenciamos os recursos pesqueiros em nosso oceano”, ressalta o diretor-geral da Oceana, o oceanólogo Ademilson Zamboni, no comunicado.

As 1,4 mil embarcações cujos dados passam a fazer parte do sistema do GFW correspondem a apenas 6% da frota total de barcos de pesca do Brasil inscrita no Registro Geral de Atividades Pesqueiras (RGP). A parte não rastreável inclui, por exemplo, pequenas embarcações e barcos a vela usados na pesca de lagosta e peixes no Norte e Nordeste e as usadas em pescaria de linha no Sudeste, destaca a Oceana, no comunicado.

"O monitoramento eficaz de viagens e de esforço de pesca pode incrementar a base científica necessária à melhoria das políticas pesqueiras, além de ajudar na identificação de embarcações que não estão em conformidade com as legislações, possibilitando o maior controle da frota e apoio à fiscalização”, avalia o diretor científico da entidade, Martin Dias.
Source: Rural

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