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Os líderes do Grupo das 20 maiores economias do mundo concordaram com uma declaração final neste domingo que pede por uma ação "significativa e eficaz" para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, mas oferece poucos compromissos concretos.

O resultado de dias de duras negociações entre diplomatas deixa um enorme trabalho a ser feito em uma cúpula climática mais ampla da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia, para onde a maioria dos líderes do G20 voarão diretamente após o encontro de cúpula que tiveram neste fim de semana em Roma.

Líderes do G20 se reuniram neste fim de semana (Foto: Aaron Chown/Pool via Reuters)

 

O G20, que inclui Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, é responsável por cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.

O documento final diz que os planos nacionais atuais sobre como reduzir as emissões terão que ser reforçados "se necessário" e não faz nenhuma referência específica a 2050 como data para atingir a emissão líquida zero de carbono.

"Reconhecemos que os impactos da mudança climática a 1,5°C são muito menores do que a 2°C. Manter 1,5°C ao nosso alcance exigirá ações e compromissos significativos e eficazes por parte de todos os países", disse o comunicado.

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O limite de 1,5°C é o defendido pelos especialistas da ONU para evitar uma aceleração dramática de eventos climáticos extremos como secas, tempestades e enchentes, e para alcançá-lo eles recomendam que as emissões líquidas zero devem ser alcançadas até 2050.

Os líderes reconheceram "a principal relevância" de se alcançar a emissão líquida zero de carbono até meados deste século.

A China, o maior emissor de carbono do mundo, estabeleceu 2060 como meta, e outros grandes poluidores, como Índia e Rússia, também não se comprometeram com o prazo de 2050.

Especialistas da ONU dizem que mesmo que os planos nacionais atuais sejam totalmente implementados, o mundo está caminhando para um aquecimento global de 2,7 graus Celsius, com uma aceleração catastrófica de eventos como secas, tempestades e enchentes.

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O comunicado final do G20 inclui o compromisso de interromper o financiamento internacional da geração de energia a carvão até o final deste ano, mas não estabelece nenhuma data para a eliminação gradual da energia a carvão, prometendo fazê-lo "o mais rápido possível".

O grupo também não fixou nenhuma data para a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis, dizendo que se esforçarão para fazer isso "a médio prazo".

Sobre o metano, que tem um impacto mais potente, mas menos duradouro do que o dióxido de carbono sobre o aquecimento global, o comunicado traz uma linguagem mais amena em relação a uma versão anterior que prometia "nos esforçamos para reduzir nossas emissões coletivas de metano significativamente".

"Avançou em metas"

Os líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo fizeram importantes progressos no combate à crescente ameaça do aquecimento global, disse o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, neste domingo, classificando a cúpula com duração de dois dias como um sucesso.

Draghi falou aos jornalistas que, pela primeira vez, todas as nações do G20 concordaram sobre a importância de limitar o aquecimento global ao nível de 1,5 grau Celsius, que os cientistas dizem ser vital para evitar desastres.

"Vimos países bastante relutantes em seguir as linhas que sugeríamos até poucos dias atrás, e então eles mudaram", disse Draghi em entrevista coletiva de encerramento do encontro, rebatendo as críticas dos ativistas climáticos de que o G20 não havia avançado o suficiente.

"Os líderes do G20 assumiram compromissos substanciais… É fácil sugerir coisas difíceis. É muito, muito difícil executá-las de fato", acrescentou.

"Decepcionou"

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse neste domingo que a reunião de cúpula do G20 o decepcionou, mas não destruiu suas esperanças.

"Deixo Roma com minhas esperanças não cumpridas, mas pelo menos elas não estão enterradas", escreveu ele no Twitter.

 
Source: Rural

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