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Os impactos provocados pelas geadas recentemente mostraram, mais uma vez, que as catástrofes naturais geram efeitos diferenciados nos setores, e o agronegócio tem sido certamente a atividade mais afetada. Alguns desses fenômenos, como o El Niño e o La Niña, são considerados até nos modelos de previsão de safra. No entanto, tudo que foge do esperado deixa o produtor em alerta e costuma trazer muitas perdas – ou altos riscos.

As geadas são um dos exemplos de fenômenos naturais previstos nos seguros agrícolas. Na foto, está registrada uma plantação de hortaliças impactada por geada em Ibiúna, no interior de São Paulo (Foto: Divulgação)

 

Já não há dúvidas de que as mudanças climáticas fazem parte do dia a dia no campo. Além de mais intensas, elas têm ocorrido também com mais frequência e em áreas cada vez
maiores. Seja rico ou pobre, todos os países já passaram por essas adversidades. A questão é que, depois do ocorrido, os mecanismos utilizados pelos produtores são bastante variados. E é aí que a gente consegue diferenciar – e até identificar – quem vai permanecer no mercado.

No Brasil, mesmo com a expansão do seguro rural, ainda hoje apenas 15% da área cultivada é coberta por algum tipo de seguro. Nos Estados Unidos, o percentual sobe para 80%. O agronegócio brasileiro está nitidamente despertando para esse tipo de produto.

 

Olhando o copo meio cheio, nos últimos 20 anos, os prêmios do seguro rural passaram de R$ 200 milhões (a preços de 2020) para R$ 7 bilhões – valor 38 vezes maior que no início da série. Também no mesmo período foi observado que os prêmios totais dos produtos de risco cresceram para R$ 165 bilhões.

Se compararmos com o valor gerado pelo setor (o chamado coeficiente de penetração), o seguro rural cresceu de 0,07% do Produto Interno Bruto agropecuário, em 2000, para 1,6%, em 2020. É um alento para um mecanismo que ainda está engatinhando no Brasil. E também um fator de otimismo para o futuro.

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Mas, com que de fato o produtor pode contar? Para problemas climáticos, por exemplo, existem os seguros que utilizam um parâmetro independente como fator determinante para o acesso ao prêmio – em geral, um índice (crítico) meteorológico de temperatura, de vento, etc. Se esse índice for atingido, o segurado pode requerer a indenização contratada.

Mas, apesar do seguro rural ser constantemente associado à cobertura de danos de eventos climáticos extremos, ele também pode cobrir uma variedade enorme de sinistros, como volatilidade dos preços dos produtos ou dos insumos, incêndio e doenças em rebanhos. Em todos os casos, a prevenção é cara e, em geral, pouco eficaz.

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De fato, no plano macro, é impossível evitar essas perdas. Entretanto, dentro da porteira, o mecanismo de seguro e resseguro permite transferir e distribuir os danos. Ele faz diferença na capacidade de recuperação da produção, e as economias mais pobres, com menor penetração do seguro, arcam com o custo mais  alto daquilo que ela deixou de produzir. Mais uma vez, precisamos enxergar o meio copo cheio, aquele que apoia o produtor rural.

Para um pilar tão dinâmico da economia brasileira, que é o agro negócio, a mitigação do risco significa mais do que produzir. É a garantia da execução dos investimentos de médio e longo prazos na propriedade. E é justamente de olho no futuro que os produtores despertaram para o seguro rural.

 

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Source: Rural

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