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Representantes da indústria de cana-de-açúcar e automobilística planejam reforçar uma campanha de promoção do etanol brasileiro, que vem sendo realizada desde abril. No próximo dia 27, às vésperas da COP26, será lançado um grupo de trabalho dentro da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para tratar da iniciativa, que deve ser bandeira de promoção do biocombustível na Conferência da ONU, em Glasgow. O assunto foi discutido na quinta-feira (21/10), em transmissão via internet promovida pelo jornal Valor Econômico, com participação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina; do CEO da Volkswagen, Pablo Di Si; e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. 

“O advento do carro elétrico é uma realidade e o uso do etanol, nesse momento de transição, é uma forma de reduzir os custos”, declarou Tereza Cristina, no início da videoconferência. “Trata-se de uma opção conveniente para o Brasil e outros países. O presidente da Colômbia [Iván Duque] demonstrou enorme interesse no álcool brasileiro”, acrescentou ela, que encontrou o líder colombiano nesta semana, em Brasília (DF).

Sustentabilidade do etanol será uma das bandeiras do Brasil na COP26 (Foto: Editora Globo)

 

Di Si destacou que a comunicação é a principal preocupação do novo movimento. “Temos uma fórmula de biocombustível que pode ser empregada no mundo inteiro”, afirmou o executivo. Já o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também presente à ocasião e que deve estar na conferência de Glasgow, na Escócia, garantiu que defenderá o etanol brasileiro nas Nações Unidas. “Estamos prestes a entrar numa negociação climática”, disse o substituto de Ricardo Salles: “Nós temos uma solução para o desafio mundial da economia verde”, afirmou.

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Além da cana-de-açúcar, os representantes do agronegócio brasileiro também destacaram o potencial do etanol de milho na produção nacional de combustíveis. “Chegou para ficar”, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. "É um setor que alimenta o mundo, oferece energia renovável e que terá todo nosso apoio em Glasgow”, endossou Leite.

Apesar de não corresponder a mais do que 8% da produção total no Brasil, o etanol de milho é uma aposta do setor. “A complementaridade do etanol de milho é excelente para o agro. É um produto fantástico”, observou Cristina. O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar, Evandro Gussi, lembra que o milho é capaz de produzir, em 20 mil hectares, o que na cana-de-açúcar demanda 100 mil hectares de área plantada.

O principal desafio do setor sucroenergético, segundo o ministro, é avançar na exploração do mercado de carbono. “Temos o interesse de fazer o Brasil um país exportador de crédito verde”, defendeu, em relação aos CBios (Certificados de Descarbonização), lançados em 2019.

“O país vai ter uma postura muito pró-ativa para que se atinja a neutralidade do carbono em nível global. É um desafio gigantesco”, observa Di Si. Os líderes do Movimento Sustentável de Baixo Carbono (MSBC) consideram o etanol de milho o “pré-sal caipira”.

Entre os motivos de otimismo para o mercado de biocombustíveis está o lançamento anunciado, até 2032, de dois motores de combustão de etanol na Europa. “A transição energética é uma oportunidade para o Brasil”, afirma Gussi.
Source: Rural

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