O mercado de arroz vive um momento de queda de preços, mais acentuada na ponta da produção, mas que também vem sendo percebida na ponta do consumo, como mostram indicadores econômicos. A expectativa de maior oferta internacional do grão e um ritmo menor de negócios no mercado interno do grão são apontados entre os fatores de acomodação dos preços.
Preço do arroz acumula queda em outubro (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base no Rio Grande do Sul, acumula uma retração de 3,19% nos primeiros 20 dia deste mês. Na quarta-feira (20/10), a referência fechou a R$ 72,20 a saca de 50 quilos no mercado disponível.
De acordo com os pesquisadores, agentes de mercado estão afastados das negociações, aguardando o que chamam de um "realinhamento" entre as cotações do produto em casca e do beneficiado. "Em termos globais, dados do USDA indicam que a disponibilidade mundial de arroz deve continuar aumentando, com crescimento da produção previsto para a temporada 2021/22", ressalta o Cepea, em boletim.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta uma produção global de 510,7 milhões de toneladas do grão. A temporada 2020/2021 é estimada em 506,44 milhões. "A perspectiva global para 2021/2022 é de maior oferta, maior consumo, maior comercialização", destacou o USDA, em seu relatório referente ao mês de outubro. o consumo global deve passar de 502,96 milhões de toneladas para 512,31 milhões.
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Já o Brasil teve produzir menos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A colheita da safra 2021/2022 deve ser 1,3% menor, de 11,601 milhões de toneladas entre lavouras de sequeiro e irrigadas. Por aqui, lembra o Cepea, a semeadura da nova safra está atrasada. No Rio Grande do Sul, chegou a 36% da área. Na mesma época do ano passado, eram 45,25%.
Indicadores de inflação já começam a apontar queda de preços do cereal também na ponta do consumo. O mais recente relatório do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do governo, sinalizou baixa de 0,97% em setembro, mesmo em um ambiente de inflação mais acelerada.
No acumulado do ano, o cereal para o consumidor acumula queda de 10,98%. Nos últimos 12 meses terminado em setembro, no entanto, ainda há uma elevação de 11,37% no preço do arroz.
Source: Rural