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A mais recente fronteira agrícola do país, o Matopiba (encontro entre os Estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), teve 76% da sua expansão realizada sobre áreas de vegetação nativa nos últimos cinco anos, segundo aponta levantamento feito pelo Mapbiomas com base em imagens de satélite registradas entre 1985 e 2020. Nesse período, a área com agricultura triplicou no país, alcançando 55 milhões de hectares no último ano, dos quais 36 milhões foram ocupados com soja. 

Bioma mais sensível às mudanças climáticas, Cerrado perdeu 16,8 milhões de hectares para agricultura nos últimos 36 anos (Foto: Getty Images)

 

A oleaginosa está em 4,3% do território nacional, em uma área superior a países como Itália, Vietnã ou Malásia. Metade dessa área está no Cerrado: 16,8 milhões de hectares ocupados nos últimos 36 anos. Na floresta Amazônica, o estudo destaca que a expansão da soja se deu a partir do início dos anos 2000 e hoje alcança 5,2 milhões de hectares, o que equivale a 14% do total nacional.

O levantamento do MapBiomas destaca que, embora o crescimento da agricultura de uma forma geral tenha sido observado em todos os biomas brasileiros, foi no Cerrado que a área ocupada aumentou de forma mais acentuada. Em 2020, a região respondeu por 42% da agricultura brasileira, após uma expansão de 464% entre 1985 e 2020.

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“O Cerrado, bioma de maior crescimento da agricultura e que tem a maior área dedicada à atividade, é também um dos mais frágeis às alterações do regime pluviométrico causadas pelo desmatamento da Amazônia. É também uma das regiões de maior risco climático. O último relatório do IPCC prevê uma redução de 20% nas precipitações no Brasil Central e um aumento da temperatura de 4 ºC a 5ºC – cenário que irá comprometer as atuais atividades agrícolas na região”, destacam os pesquisadores em nota.

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Em segundo lugar, vem a Mata Atlântica, com 34% da área de agricultura nacional, seguida por Amazônia e Pampa, com 11% cada. “Com exceção da Amazônia e Mata Atlântica, os demais biomas possuem poucas unidades de conservação demarcadas, o que dificulta o trabalho de recuperação das paisagens. Isso reforça a necessidade de conservação das áreas de vegetação nativas restantes, especialmente do Cerrado, que já perdeu metade de sua cobertura original”, completa o coordenador Técnico do MapBiomas e coordenador de tecnologia na Agrosatélite, Moisés Salgado.

Nas demais culturas, o levantamento aponta que a área com cana-de-açúcar cresceu 291% entre 1985 e 2020, alcançando 9 milhões de hectares no último ano, em quanto o café avançou 43% no mesmo período, com 804 mil hectares plantados em 2020. Já silvicultura (florestas plantadas) apresentou expansão de 600%, com 7,5 milhões de hectares plantados em 2020 concentrados nos Estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Source: Rural

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