Com investimento de R$ 4,1 bilhões, inauguração prevista para 2022 e início da operação em 2025, o Portoguará, projeto portuário anexo ao Paranaguá, no Paraná, irá movimentar 4 milhões de toneladas de carga iniciais (soja, milho e farelo), chegando a 20 milhões de toneladas (80% grãos) em dez anos. Representantes da iniciativa, totalmente privada, estão na ExpoDubai 2020 (postergada pela pandemia), nos Emirados Árabes, para apresentá-la com outras ações do governo paranaense.
Navio no Porto de Paranaguá. Novo terminal privado, com início de operação previsto para 2025, deve movimentar 80 milhões de toneladas de carga, especialmente grãos, em dez anos (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)
Em fase de licenciamento, o Portoguará tem previsão de começar a ser construído em julho de 2022 e iniciar as operações em 2025, consolidando-se em uma década. “Estamos projetando um porto com foco na segurança alimentar mundial. A gente pensa em tornar, com isso, o Paranaguá como a maior plataforma de suprimento de alimentos do mundo”, afirma a presidente do projeto, que está em Dubai, Xênia Arnt. “Dada a especialização em agronegócios, será o maior complexo privado dedicado ao suprimento de produtos agrícolas para a Ásia”, pondera o consultor técnico da obra, Luiz Dividino.
O investimento é por conta da holding FAR (Laguna, La Violeteira e outras empresas paranaenses), que detém 50% das ações, e da Novo Oriente Participações, com negócios em agroindústria e logística, responsável pela outra metade dos papéis. “Já faz três anos que trabalhamos no projeto, mas ainda não havíamos divulgado. Como agora temos a expectativa de uma licença ambiental, estamos comunicando o mercado”, diz Arnt. A geração de empregos, segundo ela, envolve 1,2 mil pessoas nas obras e prevê outras mil contratações quando o porto entrar em operação.
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O principal objetivo do empreendimento, pontua a representante, é redução de custos, eficiência operacional, redução de tempo na carga e descarga, além da mitigação dos impactos ambientais e urbanos relativos ao Porto de Paranaguá. A vantagem de tempo, em relação ao porto de referência, é uma redução de 90%, em função de uma estrutura própria: o Portoguará terá 21 quilômetros de vias férreas, contornando a necessidade de fracionar as composições de vagões, como acontece no Paranaguá, cujos trilhos estão fora.
“Estamos trazendo condições para descarregar composições de vagões inteiros e um pátio de caminhões próprio, com um ganho logístico enorme”, explica Dividino. “Nosso empreendimento tem por objetivo evitar impactos urbanos, com terminal rodoferroviário próprio”, acrescenta Arnt. “Os principais portos do mundo, construídos ao longo dos últimos dez anos, a maior parte na Ásia, foram construídos fora da zona urbana”, comenta. Segundo eles, trata-se do maior projeto de infraestrutura para o agronegócio em andamento no País.
Após a consolidação do projeto, em dez anos, o Portoguará deve atender na proporção de 20% da carga o mercado de peças automobilísticas, de acordo com os representantes. “Nossa indústria turística cresceu muito. Essa indústria utiliza muitas peças, que serão a carga restante”, observa Dividino. A princípio, o porto deve atender às ofertas do Paraná, Mato Grosso do Sul, o sul do Mato Grosso e Paraguai.
Source: Rural