A pecuária é a atividade de maior uso da terra no Brasil, segundo novo estudo do MapBiomas. São 156 milhões de hectares, o que equivale a praticamente todo o Estado do Amazonas. Lançado nesta quarta-feira (13/10), o levantamento aponta que a área de pasto cresceu 200% da Amazônia durante o período avaliado, de 1985 a 2020.
Os pesquisadores ponderam que a extensão de terras destinada à pecuária pode ser maior, se forem consideradas também áreas de campos naturais, principalmente nos biomas do Pampa e Pantanal, e áreas de integração lavoura-pecuária, onde o mapeamento não considerou a separação entre as atividades.
Cabeças de gado em meio ao pasto verde (Foto: Globo Rural)
Ao avaliar as imagens de satélite no acumulado entre 2000 e 2020, houve queda nas áreas com sinais de degradação de 70% para 53%. No caso das pastagens severamente degradadas, a redução é ainda mais expressiva, saindo de 46,3 milhões de hectares em 2020 para 22,1 milhões em 2020, o que representa 14% das pastagens brasileiras.
Se avaliada a performance de cada bioma, a retração nas áreas severamente degradadas foi mais percebida na Amazônia (60%), Cerrado (56,4%), Mata Atlântica (52%) e Pantanal (25,6%).
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“A qualidade das pastagens tem importância estratégica para o produtor e para o país. Por outro lado, pastagens degradadas agravam a contribuição do setor agropecuário para as emissões dos gases que estão alterando o clima, com efeitos perversos sobre a própria atividade agropecuária”, explica Laerte Ferreira, professor e pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG) da Universidade Federal de Goiás e coordenador do levantamento de pastagens do MapBiomas.
Ele conta que, a partir da análise de imagens de satélite, foi possível detectar duas fases diferentes no processo de conversão de área de floresta para pastagens no decorrer dos 35 anos. Entre 1985 e 2006, houve alta de 46,3% na extensão ocupada por pastagens. Já entre 2006 e 2020, houve retração de 5% na área total de pastagem.
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No caso específico da Amazônia, as imagens de satélite mostram que a pecuária aumentou cerca de 200% entre 1985 e 2020, acumulando 56,5 milhões de hectares, o que a torna o bioma com maior extensão de pastagens cultivadas. Na sequência, aparecem Cerrado (47 milhões de hectares), Mata Atlântica (28,5 milhões de hectares), Caatinga (20 milhões de hectares) e Pantanal (2,4 milhões de hectares).
Em termos percentuais, o bioma mais ocupado por pastagens cultivadas é a Mata Atlântica, com 25,7%, seguido por Cerrado (23,7%), Caatinga (23,1%), Pantanal (16%) e Amazônia (13,4%). Os estados líderes em área de pastagem são Pará (21,5 milhões de hectares), Mato Grosso (21 milhões de hectares) e Minas Gerais (19,3 milhões de hectares).
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Source: Rural