Skip to main content

No foco das discussões sobre desenvolvimento sustentável, o bioma amazônico tem 30% de sua população atuando em empregos relacionados à produção, processamento e venda e alimentos. A participação, revelada por um estudo feito com base em dados do IBGE, supera a média nacional, de 23,7%. Mas inclui um alto índice de informalidade: 70%, enquanto a proporção em outros setores da economia no próprio bioma é de 50%.

O trabalho foi feito pelo projeto Amazônia 2030, iniciativa de pesquisadores brasileiros com o objetivo de formular um plano de desenvolvimento sustentável para a região. Em seu site oficial, a iniciativa explica que os envolvidos no projeto levam em conta aspectos humanos, econômicos e ambientais para aprofundar estudos e sistematizar soluções.

Açaí da Amazônia à venda em feira próxima ao Mercado Ver-o-Peso, no centro de Belém (PA) (Foto: Fernando Martinho)

 

“Embora, do ponto de vista econômico, quando se olha o PIB, mineração e energia sejam os setores mais importantes na região, quando você olha para as pessoas, elas não vivem dessas atividades”, destaca o chefe de cozinha e autor do estudo, Roberto Smeraldi.

Segundo ele, o levantamento tem o intuito de contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que auxiliem o desenvolvimento socioeconômico no bioma, onde as atividades primárias ainda têm forte presença.

saiba mais

Balsa industrializa açaí e promete transformar vida de ribeirinhos na Amazônia

 

 

De acordo com Smeraldi, a elevada participação do setor primário no setor de alimentação, bem como a informalidade, também impacta a renda gerada por essa atividade na região. Enquanto, nacionalmente, a renda média mensal gerada pelo setor é de R$ 1.536, no bioma amazônico esse número fica em R$ 1.106. “Tem alguns setores que puxam pra baixo essa média e principalmente na área rural”, explica o pesquisador, ao citar, nominalmente, a cadeia pecuária, do plantio da mandioca e da pesca.

“É uma mistura de atraso tecnológico, de um lado, com questões socioeconômicas que dizem respeito a um trabalho, muitas vezes, em condições bastante degradantes”, destaca Smeraldi.

saiba mais

Com agrofloresta, produtor consegue alta produtividade na Amazônia

 

 

Ele ressalta, no entanto, que a cadeia de produção, processamento e venda de alimentos na Amazônia é estratégica para a região e que a dependência das pessoas é grande. Havendo estímulos, ele pontua, essa dependência poderia ser até maior, e de uma forma positiva, levando-se em conta o potencial se segmentos ainda pouco desenvolvidos, como o da sociobiodiversidade, com a exploração de ingredientes e produtos locais.

“A dependência da região da cadeia de produção de alimentos não é um problema em si, mas sim uma característica que pode ser um problema se esse setor estiver subdesenvolvido ou uma solução se ele for mais avançado”, pondera o pesquisador.
Source: Rural

Leave a Reply