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Criadores de porcos do Reino Unido alertaram, nesta sexta-feira (01/10), para uma crise de carne suína a menos que o governo amenize, com urgência, uma falta aguda de funcionários de matadouros. Sem trabalhadores, mais de 150 mil animais retidos nas fazendas criam perspectiva de um abate custoso.

Porcos na Escócia, país-membro do Reino Unido (Foto: REUTERS/Russell Cheyne)

 

Um êxodo repentino de trabalhadores da União Europeia (UE), ocorrido depois que os lockdowns da Covid-19 diminuíram, ameaça a sobrevivência de muitas fazendas de criação de porcos, e nesta sexta-feira, elas pediram aos varejistas que não recorram à carne suína mais barata do bloco.

A Associação Nacional de Criadores de Porcos disse que o setor está elevando salários e tentando intensificar o treinamento e a automação desde que a pandemia, combinada às novas regras imigratórias pós-Brexit, passou a afetar um setor que sempre teve dificuldade para empregar.

No meio-tempo, os criadores enfrentam uma grande escassez de açougueiros e carniceiros, o que significa que até 150 mil porcos, que já deveriam ter sido abatidos, continuam nas fazendas.

A associação, que pediu ao governo que relaxe as regras imigratórias durante seis a nove meses para aliviar o setor, disse que as conversas com o Estado chegaram a um impasse.

"Estou recebendo ligações, entra dia, sai dia, de criadores de todo o país que estão em uma situação perigosa por estarem com porcos demais nas fazendas", disse Rob Mutimer, presidente da associação e criador de Norfolk, à Reuters.

Ele disse que o setor sempre soube que perderia trabalhadores europeus depois que o Reino Unido decidiu se desfiliar da UE, mas que a suspensão das regras de viagem da Covid no início deste ano levou muitos, que não voltavam para casa há 18 meses, a partirem em massa.

"O setor de alimentos inteiro não consegue arcar com uma perda de mão de obra tão enorme no curto prazo", disse Mutimer.

O presidente da associação ainda afirma que, "sim, o setor precisa treinar ingleses, e precisa se tornar mais automatizado, sabemos disso, e está acontecendo, existe um investimento maciço sendo feito nestas instalações para reduzir a dependência de mão de obra estrangeira."

Mutimer disse que algumas fábricas estão aumentando os salários em 15% e procurando investir mais em tecnologia enquanto encaram o fato de que o setor contou com mão de obra barata durante tempo demais.

Mas, por ora, eles precisam que o governo os apoie e que os varejistas continuem comprando.
Source: Rural

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