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Em meio a uma escassez no mercado interno e externo, o plantio da safra de milho 2021/22 ganhou uma incerteza a mais esta semana com os protestos de caminhoneiros e tentativas de bloqueio de rodovias federais após as declarações antidemocráticas dadas pelo presidente Jair Bolsonaro durante as manifestações do 7 de setembro.

Com a semeadura programada para iniciar na próxima semana no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, o setor observa com preocupação o desenrolar da crise.

Possibiliade de atraso na entrega de sementes e outros insumos preocupa produtores de milho (Foto: Editora Globo)

 

“A agricultura tem dia e hora. Um dia para nós é muito importante. E estou falando isso porque planto milho, soja, cana-de-açúcar. Eu, particularmente, preciso estar com estrada livre para receber minhas sementes que vão chegar na semana que vem”, destaca o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesario Ramalho, ao citar bloqueios na BR-163.

“Acho que o movimento de protesto nós, democraticamente, temos respeito, mas não podemos deixar de circular coisas que são vitais para o dia a dia do país”, pontua.

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Importantes fornecedores da cadeia de proteína animal, que tem no milho o principal insumo  usado na alimentação de aves, suínos e bovinos mantidos em sistema de confinamento, os produtores de milho também relatam efeitos da greve dos caminhoneiros sobre os demais setores devido aos atrasos nas entregas.

“Hoje em dia o frango leva 39 dias para ficar pronto. Se fica 40 dias na granja, já é prejuízo. Então é tudo muito dinâmico para ficarmos sujeitos a essas inseguranças” completa Ramalho. Ele ainda destaca que, no setor agropecuário, “as pessoas estão extremamente preocupadas”, com algumas cadeias já sendo prejudicadas.

Procurada por Globo Rural, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) negou que esteja sendo afetada pelas paralisações e destacou a "compreensão dos caminhoneiros que liberaram a passagem de cargas vivas, perecíveis e ração".

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Em vídeo divulgado em grupos de mensagens, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, junto com o presidente do Instituto Pensar Agro, ex-deputado Nilson Leitão, pediu que os caminhoneiros cessassem os protestos.

“Nós precisamos que as estradas estejam desobstruídas. Isso não é bom para o agro. Temos a safra começando o plantio a poucos dias, precisamos abastecer as cidades e lembrar que quem mais sofre com a falta dos alimentos são os mais vulneráveis”, destaca a ministra.

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Mais cedo, os caminhoneiros se reuniram com o presidente da república, Jair Bolsonaro. Representantes da categoria foram recebidos no Palácio do Planalto, mas saíram insatisfeitos e disseram que não encerrarão as manifestações até que sejam recebidos também pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de quem cobram desarquivamento e encaminhamento de todos os pedidos de impeachment de ministros do STF.

Procurada, a Aprosoja Brasil, que representa os produtores de soja, informou que a diretoria da entidade "não firmou posição sobre esse tema" e que "o assunto não foi deliberado".

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Source: Rural

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