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A relação de troca de produto agrícola por fertilizante ficou pior para o produtor rural, avalia o ItaúBBA. De acordo com relatório divulgado pela instituição, as altas dos preços de commodities foram menores do que as do insumo, levando a uma mudança nas projeções tanto para a safra 2021/2022 quanto para a 2022/2023.

"A relação de troca projetada para a safra 2021/22 e para 2022/23 continuam nos piores patamares dos últimos anos. Para as culturas de soja, algodão e açúcar, a próxima temporada apresenta piora no índice em função da curva invertida dos preços futuros", diz o boletim.

Terminal de fertilizantes no Porto de Paranaguá (Foto: Manoel Marques/Ed. Globo)

 

Na avaliação do ItaúBBA, serão necessárias 25,9 sacas de soja para adquirir o equivalente a uma tonelada de cloreto de potássio (KCl), por exemplo, na safra 2021/2022. Na 2022/2023, essa relação é projetada de 27,41 sacas por tonelada do insumo.

No fosfato monoamônico (MAP), as relações projetadas são de 25,04 sacas de soja por tonelada para a safra 2021/2022 e 26,5 sacas por tonelada para 2022/2023.

Os cálculos compara preços CIF médios semanais de fertilizantes em portos do Brasil entre maio e setembro deste ano com a média do vencimento do contrato para maio do ano seguinte na Bolsa de Chicago (EUA). No caso, maio de 2022 para a safra 21/22 e maio de 2023 para a safra 22/23.

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No caso do algodão, na temporada 2021/2022, a necessidade será, em média, de 23,72 arrobas para uma tonelada de coreto de potássio (KCl). Na safra 2022/2023, essa proporção aumenta para 26,5 arrobas por toneladas. A forma de cálculo é semelhante à feita para a soja, mas o contrato futuro de referência da pluma é o de outubro na bolsa de Nova York.

No fosfato monoamônico (MAP), as relações projetadas são de 22,93 arrobas de algodão por tonelada para a safra 2021/2022 e 25,62 arrobas por tonelada para 2022/2023.

No milho, a projeção foi feita apenas para a safra 2021/2022. Para o ItaúBBA, o produtor precisará de 31,86 sacas de 60 quilos do cereal para adquirir uma tonelada de cloreto de potássio (KCl). Na safra 2020/2021, essa relação era de 19,23 sacas por tonelada.

No fosfato monoamônico (MAP), a relação projetada é de 40,74 sacas de milho por tonelada para a safra 2021/2022. Na temporada 2020/2021, foram necessárias 35,82 sacas pelo mesmo volume do insumo.

Oferta e demanda apertada

Segundo os analistas, o quadro de oferta e demanda de fertilizantes segue apertado, sustentando as cotações no mercado internacional. E não há espaço para se pensar em baixas para mais adiante.

O mercado de fosfatados, por exemplo, vive um momento de alta demanda, por conta das compras antecipadas nos Estados Unidos, em função de taxações de produtos da Rússia, do Marrocos e possibilidade de adoção de tarifa de exportação por parte da China.

No entanto, o principal ponto de atenção, na visão do ItaúBBA, está nos potássicos. Sanções anunciadas pela União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido à Bielorrúsia trouxe temores de problemas no abastecimento. O país é o segundo maior produtor mundial desse tipo de macronutriente.

"As medidas adotadas pelos países em questão serão drivers de preço considerando que a Bielorrússia é um importante fornecedor global", ressalta o ItaúBBA.

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Outro ponto de atenção está na logística, informa o relatório. Com os preço ainda elevados de commodities e a expectativa de aumento de área plantada, a expectativa é de um crescimento de 6% a 7% no volume de entrega de fertilizantes para os produtores.

"É importante que a logística continue com boa fluidez principalmente nos próximos meses com a janela de aplicação para a safra de verão, para que não haja atrasos na entrega. Para as entregas do 1º semestre de 2022 também será importante manter no radar a continuidade de valores elevados de frete para os fertilizantes, qualquer evento de ruptura momentânea do fluxo de transporte poderá colocar em risco a disponibilidade do produto no momento previamente esperado pelo produtor", dizem os analistas.
Source: Rural

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