Skip to main content

Novas imagens de satélite da Agência Nacional do Espaço e da Aeronáutica (NASA, em inglês) publicadas no último sábado (4/9) mostram a fumaça, proveniente de queimadas, sobre a região de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia, na Amazônia.

De acordo com o órgão americano, o satélite Landsat 8 registrou "várias grandes plumas de fumaça perto da fronteira dos estados brasileiros de Amazonas e Rondônia" no dia 24 de agosto de 2021. Entre 1º e 31 do mesmo mês foram registrados 28.060 focos de calor no bioma, segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso significa redução de apenas 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

saiba mais

"É possível evitar uma catástrofe", avalia Paulo Artaxo

 

Região entre Amazonas e Rondônia é avistada por satélite na NASA, o qual registra a presença de fumaça sobre o território. A Amazônia teve mais de 26 mil focos de queimadas em agosto, segundo o Inpe (Foto: Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory)

 

A Agência cita que, desde a década de 1970, a derrubada de árvores na bacia amazônica reduziu o tamanho da floresta amazônica em cerca de 17%, o que representa o tamanho do Texas e da Louisiana juntos. Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas da NASA, afirma que a atividade de queimadas na região amazônica aumentou desde o final de julho de 2021, impulsionada pelo desmatamento.

“Este é claramente o caso do norte de Rondônia, onde nossa análise mostra que 80 por cento das detecções de fogo dos satélites estão associadas a eventos de desmatamento”, afirma em nota da agência americana.

saiba mais

Exploração de madeira na Amazônia soma 464 mil ha em 1 ano e falta de transparência preocupa pesquisadores

 

Ainda segundo os cientistas da NASA, as temperaturas da água do Oceano Atlântico estão um pouco acima do normal em 2021, o que pode implicar em um clima mais seco na Amazônia ocidental e mais incidência de queimadas. 

"O desenrolar da temporada de incêndios dependerá fortemente do comportamento humano. Se virmos pessoas acendendo grandes quantidades de fogo para o desmatamento, ainda podemos acabar vendo um ano de fogo excepcionalmente ativo", diz a cientista climática da Universidade de Arkansas Kátia Fernandes.

Leia mais sobre previsão do tempo no site da Globo Rural

Queimadas em agosto

 

 

Os dados do Inpe também chamam a atenção para o Cerrado, que registrou o maior número de focos de incêndio desde 2012, considerando o acumulado de janeiro a agosto. Foram 31.566 pontos de fogo, contra 40.567 há nove anos.

Quase metade dos alertas emitidos em 2021 pelo Inpe aconteceram em agosto: 15.043. Lideram o ranking os Estados de Maranhão (20%), Tocantins (18%) e Mato Grosso (16,9%).

É também no Cerrado que acontece o incêndio na Serra de São José, que corta cidades históricas de Minas Gerais. O fogo já destruiu uma área de 800 hectares, segundo o Corpo de Bombeiros, caracterizando este como o maior incêndio na região nos últimos dez anos.

A Caatinga também assiste a presença das queimadas se alastrar. Entre 1º e 31 de agosto foram 1.793 focos de calor, o que significa 114% de acréscimo quando comparado a 2020. Piauí (51%), Ceará (25) e Bahia (11%) são os territórios com mais registros, segundo o Inpe.

No Pantanal, foram 1.505 ocorrências de queimadas registradas pelo Inpe em agosto, sendo 79,5% no Mato Grosso do Sul. O volume é muito menor do que o mesmo mês em 2020, mas é porque a preocupação também é outra: a falta de água. 

Antes inundado, atualmente o Rio Maneta, que passa por debaixo da Rodovia Transpaneira, impressiona pela secura (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

 

saiba mais

Imagens aéreas mostram avanço da seca no Pantanal e morte de animais; Veja fotos

 
Source: Rural

Leave a Reply