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A competitividade do agronegócio brasileiro é indiscutível. A cada ano, conquistamos mais espaço na mesa e nas prateleiras de consumidores do mundo todo, concorrendo de igual para igual com grandes potências agrícolas, como Estados Unidos e China.

A cotonicultura cumpre seu papel com maestria. O Brasil já é o segundo maior exportador mundial de algodão e o maior fornecedor de fibra responsável (Better Cotton) do planeta.

 

O mercado doméstico, no entanto, continua sendo um dos nossos principais clientes – perde apenas para a China. E nosso maior concorrente é a fibra sintética. Há 10 anos, o algodão representava 57% do total de fibras utilizadas pela indústria têxtil nacional. Hoje, representa 46%.

O avanço no consumo de sintéticos poderia ter sido ainda maior, não fosse uma iniciativa inédita no país de união de toda a cadeia setorial, sob liderança da Abrapa: o Movimento Sou de Algodão. Lançado há quase cinco anos, o Sou de Algodão chega em agosto de 2021 com nada menos do que 650 marcas parceiras.

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Preocupada com a crescente preferência por sintéticos, em 2015 a Abrapa encomendou uma grande pesquisa de mercado que identificou, entre outras coisas, a falta de informação do brasileiro sobre o que veste. Os consumidores reconhecem os atributos do algodão, mas não sabem que se trata de uma fibra natural, de fonte renovável, menos nociva ao meio ambiente e produzida de forma sustentável.

Com base no estudo, definimos a estratégia de ressaltar os benefícios do algodão para o consumidor final e, assim, engajar a sociedade na valorização de um produto que entrega responsabilidade social e ambiental. Só vamos reverter a tendência de perda de mercado para os sintéticos quando o brasileiro der valor às boas práticas e reconhecer o diferencial de um produto feito com algodão brasileiro responsável. Essa é a missão do Sou de Algodão.

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O movimento é inspirado na bem sucedida experiência americana Cotton Incorporated, que conseguiu ampliar o consumo médio de algodão nos Estados Unidos de 35%, na década de 70, para mais de 60% hoje em dia.  Com pesados investimentos em comunicação e promoção, o projeto realizou ações impactantes e engajadoras, transformando o algodão na fibra preferida dos americanos.

Com a análise das ações da Cotton Inc. e de iniciativas de outras cadeias, decidimos focar o Sou de Algodão em ações promocionais, de negócios e informacionais, que vão desde campanhas de comunicação até projetos voltados à ampliação da competitividade.

Com o Movimento Sou de Algodão, abrimos um inédito canal de diálogo com o consumidor final e estamos mostrando que, ao adquirir uma peça de algodão, ele ganha a sensação de pertencimento à causa e de dever cumprido na missão de fazer um mundo mais justo e melhor para todos

Júlio Cézar Busato

De olho no futuro, o movimento também atua junto a universidades, de forma a fomentar a criatividade, proporcionar experiência e conhecimento aos futuros profissionais e ampliar o relacionamento entre a academia e a indústria, fortalecendo toda a cadeia do algodão.

O pontapé inicial dessa estratégia foi dado em 2016 com o lançamento do Movimento Sou de Algodão na São Paulo Fashion Week N42, a mais importante semana de moda do país, com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Bayer. Desde então, a Abrapa vem trabalhando iniciativas de conscientização dentro do segmento da moda, convidando a todos para um outro olhar sobre as várias possibilidades.

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A iniciativa une agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil que produzem peças com, no mínimo, 70% de algodão na composição. O projeto conta, ainda, com o apoio de empresas e associações que têm iniciativas na área de sustentabilidade ou incentivam uma moda mais consciente.

São fiações, tecelagens, malharias, confecções, redes varejistas, projetos sociais, organizações não governamentais, artesãos e microempreendedores que colaboram para uma jornada de produto ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente responsável.

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Com o Movimento Sou de Algodão, abrimos um inédito canal de diálogo com o consumidor final e estamos mostrando que, ao adquirir uma peça de algodão, ele ganha a sensação de pertencimento à causa e de dever cumprido na missão de fazer um mundo mais justo e melhor para todos.

Cada vez mais, esse consumidor quer saber a origem do que está comprando, quem produziu, quais as condições de sua produção e seu propósito. Temos orgulho de estar atuando no despertar de uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.

*Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que representa 99% de toda a área plantada, 99% da produção e 100% da exportação do Brasil.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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