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"Essa é uma das escolas cearenses com mais medalhistas na OBA [Olimpíada Brasileira de Astronomia e Austronáutica]", diz com orgulho Maria Neuda do Nascimento Carneiro, diretora da Escola de Ensino Fundamental Zilcar de Souza Holanda, no Distrito Educacional Cipó dos Anjos, em Quixadá (CE). Apesar do marco importante, esta vocação pode estar ameaçada, à medida que crianças e adolescentes têm sinalizado desistir de estudar.

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Este recorte corrobora com a pesquisa do Datafolha encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em que o risco de evasão escolar  durante a pandemia está em 51% no campo atualmente, ante a 39% no meio urbano. São crianças e adolescentes que estão perdendo cada vez mais o vínculo com a escola, prejudicando não apenas a escrita e a leitura, mas também o convívio social, a relação com o esporte e até a parte o desenvolvimento motor e da fala.

O professor Evaneuton dos Santos, coordenador geral do Distrito Educacional Cipó dos Anjos, afirma que a função de ensinar atualmente também deve considerar formar criticidade e discernimento para a construção de uma sociedade melhor. Mas a realidade ainda passa longe disso. Com a pandemia, ele diz que "dentro da cultura educacional do nosso país hoje, o ensino remoto nunca vai atingir nem 30% da meta de ensino (que é de 60%)". 

Da esq. p/ dir: Evaneuton dos Santos, Sandra Mara Nobre Rabelo e Maria Neuda do Nascimento Carneiro, que integram o corpo de docentes do Distrito Educacional Cipós dos Anjos (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

 

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Confira abaixo a galeria de fotos de professores, mães e alunos de Quixadá, que diariamente se esforçam para manter a educação presente, mesmo longe da escola.

Na foto, Vinicius (10), Venâncio (8), Pedro Vitor (6) e a mãe Edilene na entrada da casa no sertão de Quixadá. O mais velho sonha em ser médico, enquanto os mais novos querem ser policiais (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

 

 

 

Edilene Alves da Souza contrata internet móvel quando é possível. No entanto, muitas vezes, o sinal só pega do lado de fora da casa. Por isso, ela guarda o aparelho dentro de um pote pendurado no varal e conta que, de longe, ouve as mensagens chegando (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Depois das atividades escolares chegarem pelo Whatsapp, os irmãos Venâncio (esq.), Pedro Vitor (de costas) e Vinícius (frente) revezam o aparelho para estudar na cozinha (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Sempre que possível, Venâncio, que está no 4º ano, fica com o celular para estudar na casa do avô, que tem Wi-Fi. Enquanto isso, mãe e irmãos ficam incomunicáveis sem o aparelho. O menino nos mostra que a professora envia atividades em vídeo narrando as explicações (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

A prima Lorrany também estuda na mesma casa com Wi-Fi. Na foto, ela está com a mãe Edilane da Silva Alves, que ajuda a menina nos exercícios de matemática com o livro retirado na escola no começo do ano (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Edilane interrompeu a faculdade de Pedagogia pois a falta de infraestrutura, como notebook e internet, e a longa distância ao campus inviabilizaram os estudos. Mesmo assim, com o que aprendeu, tenta ajudar a filha no processo de aprendizado (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Os primos Lorrany e Pedro Vitor aproveitaram que as mães estavam concedendo entrevista para assistir desenho no celular (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Ao percorrer as ruas e estradas do sertão cearense, chama a atenção a presença das cisternas na maioria das casas, dando o sinal de que a gestão da água é um assunto de constante preocupação nos lares (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

 

Na Escola de Ensino Fundamental Zilcar de Souza Holanda, no Distrito Educacional Cipó dos Anjos, em Quixadá (CE), o parquinho está abandonado desde março de 2020 (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

"Escola sem criança é escola sem vida, sem alegria. Elas sentem falta daqui e nós também temos saudades delas", afirmou Maria Neuda do Nascimento Carneiro, diretora do Distrito Educacional Cipo dos Anjos (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Da esq. p/ dir: Evaneuton dos Santos, Sandra Mara Nobre Rabelo e Maria Neuda do Nascimento Carneiro, que integram o corpo de docentes do Distrito Educacional Cipós dos Anjos (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

A reportagem da Globo Rural conseguiu capturar o momento em que professores estavam recebendo treinamento para usar o diário pedagógico online, mas ficam sem internet na própria escola (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Nas zonas rurais, a escola cumpre a função de instituição social, onde são realizadas entregas de cesta básica e reuniões da comunidades. Na foto, uma mãe retira a cesta de alimento após comprovar que o filho está matriculado (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Maria Leiliane do Nascimento Silva é professora e ensina na escola em que estudou quando criança. Ela afirma que estudar no sertão sempre foi difícil, mas a pandemia reforçou as desigualdades. "Nossas crianças precisam de atenção", ela clama. (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Tia Leila, como os alunos a chamam carinhosamente, teve a ajuda do marido para arcar com os custos de novos aparelhos a fim de as aulas remotas terem mais qualidade (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Suyanni Nunes tem 17 anos, está no 2º ano do Ensino Médio e se prepara para fazer a prova do Enem pela primeira vez (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

O sonho da jovem é estudar gastronomia e abrir um restaurante em Quixadá (CE). Mas, ela confessa já ter pensado em desistir, pois a baixa de conectividade atrapalha a compreensão do conteúdo. "Eu quero estudar para ser alguém melhor”, afirma com esperança (Foto: Tamara Lopes/Ed.Globo)

 

 

 
Source: Rural

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