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Em situação de grave crise social, econômica e política, o Haiti corre alto risco de apresentar focos da Peste Suína Africana (PSA), segundo alertou nesta quinta-feira (2/9) a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Monique Eloit, durante encontro com ministros de Agricultura das Américas promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

República Dominica precisou sacrificar milhares de animais após detectar foco de Peste Suína Africana (Foto: Reuters/Ricardo Rojas)

 

“Estamos muito preocupados com a situação também no Haiti, onde o impacto dos desastres naturais aumentará muito o perigo de entrada da doença, pois há muitos movimentos de pessoas e mercadorias. É um processo que foge ao controle das autoridades ”, disse Eloit, em nota divulgada pelo IICA, apontando o risco particular que o país corre ao compartilhar a ilha caribenha de Hispaniola com a República Dominicana, primeiro país das Américas a apresentar um caso da doença desde 1980.

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“O Haiti está vulnerável à doença devido à conectividade dos dois territórios no plano geográfico, social e econômico. A peste continua a ser uma das doenças animais mais terríveis devido às suas altas taxas de morbidade e mortalidade e às restrições comerciais impostas aos países afetados”, destacou a diretora de Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, Recursos Naturais e Desenvolvimento Rural do Haiti, Nadège Dorival.

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Durante o encontro, os ministros da agricultura do Haiti, da República Dominicana e outros países do continente americano comprometeram-se a adotar ações coordenadas contra a doença ainda sem vacina ou tratamento reconhecido. “Nosso governo assumiu com profunda responsabilidade o enfrentamento desta doença. No gabinete agrícola, presidido pelo presidente da República Luís Abinader, estamos implementando o plano de contingência e erradicação das PSA de forma abrangente, descentralizada e com ampla participação do setor privado”, informou o Ministro da Agricultura da República Dominicana, Limber Cruz.

Risco ao Brasil

Destino de refugiados haitianos, o Brasil também corre grande risco com a detecção da doença na América Central e com a possível entrada da doença no Haiti. “Se o vírus passar a fronteira da República Dominicana para o Haiti, a gente tem um fluxo bem maior de pessoas e com uma situação financeira bastante precária. Então, existe risco, sim”, explica a professora de patologia suína da Universidade Federal do Paraná, (UFPR), Juliana Sperotto Brum, ao destacar que a circulação de pessoas ainda é a principal forma de disseminação.

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“Quando a PSA foi diagnosticada no Brasil no final da década de 70, ela veio por avião, em alimentos. Então esse vírus ele é altamente resistente a produtos de origem suína, principalmente esses produtos curados, e aí que esta o aumento do risco”, completa Brum.

Segundo a diretora de Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, Recursos Naturais e Desenvolvimento Rural do Haiti, Nadège Dorival, o país proibiu a importação de suínos vivos e derivados da República Dominicana e acionou uma comissão interministerial para prevenir a doença com o apoio do IICA .
Source: Rural

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