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Um incêndio de grande proporção atingiu o Pantanal Mato-grossense neste fim de semana, na região de Poconé, em Mato Grosso. Em dois dias, uma área de quase mil hectares de vegetação nativa e pastos naturais queimou após o fogo se alastrar por propriedades rurais.

Incêndio queima quase mil hectares no Pantanal desde sábado (7) (Foto: Ivan Canabrava/Illuminati Filmes/IPAM)

 

O incêndio começou no sábado (07/8) e, após dois dias, o fogo ainda não foi controlado. De acordo com o Batalhão de Emergências Ambientais do Estado, é a maior ocorrência registrada nesta temporada.

"No Pantanal temos áreas de campo vastas e algumas ilhas de floresta. Essa característica, somada ao vento, contribui bastante para direcionar o fogo e faz com que o incêndio se espalhe mais rápido e fique fora de controle", diz a diretora de Ciência no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar. Além disso, outra questão preocupante é o bem-estar dos animais nativos da região. Em razão da seca, muitos deles se aglomeram em busca de sobrevivência, porém em decorrência da falta de alimentos, correm risco de vida.

Jacarés aglomerados em busca de sobrevivência em região atingida pelo incêndio (Foto: Ivan Canabrava/Illuminati Filmes/IPAM)

 

A ocorrência foi observada por pesquisadoras do IPAM e do Woodwell Climate Research Center, dos Estados Unidos, durante uma expedição de campo com objetivo de melhorar o uso de dados em combate a queimadas e incêndios. A viagem coincide com o lançamento do novo relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), que mostra dados preocupantes sobre extremos climáticos para a América do Sul.

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No Brasil, a temperatura pode subir entre 4ºC e 5ºC nas próximas décadas. "Um ambiente mais quente e seco deixa tudo mais inflamável. Hoje, qualquer fagulha já pode virar um incêndio. No futuro, a situação só vai piorar", afirma Alencar.

Solo atingido pelo incêndio no Pantanal Mato-grossense (Foto: Ivan Canabrava/Illuminati Filmes/IPAM)

 

A expedição é uma parceria entre IPAM, Woodwell Climate e o Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. Ela passa por três biomas: Cerrado, Pantanal e Amazônia.

"Para lidar com o fogo tem de haver estratégia e inteligência. Muitas vezes, é preciso esperar até o final da tarde, quando a temperatura e o vento baixam e a umidade relativa do ar aumenta, para se ter um combate mais efetivo", explica a coordenadora do projeto e pesquisadora do Woodwell Climate Manoela Machado.

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Source: Rural

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