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A proteção ambiental é uma agenda crescente no agronegócio brasileiro. Responsável por 30% a 40% da cobertura vegetal do país, o setor conta com uma legislação bastante ampla, porém ainda não aplicada em sua plenitude.

Mesmo assim, as propriedades rurais não só têm buscado cumprir a lei, mas aprimorar o que já existe, implementando soluções tecnológicas, metodologias e sistemas de produção que diminuam impactos ambientais.

 

Sem dúvida, a sanção da nova lei de Pagamentos por Serviços Ambientais foi um passo importante para valorizar ainda mais as propriedades rurais que tem em seu DNA a preservação ambiental.

Contudo, partimos para a fase mais importante, que é a sua regulamentação, no qual um quesito primordial será a transparência, a fim de ampliar a credibilidade e a reputação desses produtores rurais e da cadeia do agro perante a sociedade, aos investidores e aos consumidores.

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Está claro, portanto, que o agronegócio e a sustentabilidade caminham juntos e, quando estão realmente unidos, representam um grande diferencial competitivo para o Brasil. Não existe nenhuma nação do planeta que possui nosso potencial, incluindo as condições de solo e de clima, a diversidade de biomas, o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias, os níveis de produtividade e as pessoas dedicadas e capacitadas em toda a cadeia produtiva.

Nesse cenário, o Brasil tem uma oportunidade extraordinária de estabelecer novos paradigmas em mercados potenciais por estarem ligados ao atendimento das metas do Acordo de Paris. A neutralização do carbono e produção de energia limpa e sustentável são exemplos de temas fundamentais para a descarbonização da economia e consequente redução dos efeitos das mudanças climáticas.

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Como o Brasil pretende seguir nessas duas áreas é uma pergunta relevante para o futuro do agronegócio no comércio mundial. Nossa expectativa é que o país escolha criar uma estratégia agroambiental, com a elaboração de políticas públicas assertivas e transparentes para o desenvolvimento do mercado de carbono verde e para ampliação da geração e integração de fontes renováveis e estímulo a uma maior aplicação de biocombustíveis, que diminuem a emissão de gases poluentes.

Além disso, queremos um Brasil verde e competitivo. E, nesse sentido, o setor público precisará aprimorar seus processos de compliance para que a governança das instituições privadas se fortaleça. A pressão por uma sociedade organizada e um planeta mais conservado exige uma maior atenção à sigla ESG.

Não existe nenhuma nação do planeta que possui o potencial brasileiro, incluindo as condições de solo e de clima, a diversidade de biomas, o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias, os níveis de produtividade e as pessoas dedicadas e capacitadas em toda a cadeia produtiva

Marcello Brito

Por isso, a estrutura do poder público brasileiro precisa acompanhar o desenvolvimento global e privado, resultando nas garantias necessárias para o atendimento do compliance corporativo. Afinal, sem a governança, dificilmente se atenderá os requisitos ambientais e sociais.

Assim, devemos utilizar as múltiplas ciências disponíveis em nosso alcance para valorizar o nosso maior ativo ambiental, o bioma Amazônia, em prol da manutenção da vida, da conservação das florestas e espécies nativas e das relações comerciais e internacionais.

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Isso porque ao afetar esse bem precioso, automaticamente, o segundo maior ativo, que é a produção de alimentos, também é impactado. Ou seja, ao ferir o meio ambiente, ferimos o agro brasileiro.

Todos esses temas estarão em discussão no 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma iniciativa da ABAG, em parceria com a B3 A Bolsa do Brasil. O evento online reunirá especialistas de diversos segmentos para mostrar como é possível criar uma estratégia ambiental como política de Estado.

*Marcello Brito é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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