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Os trabalhadores do grupo Lactalis, maior laticínio do país e responsável por marcas como Parmalat, Elegê e Président , decidiram entrar em “estado de greve” a partir da próxima terça-feira (27/7), quando iniciarão uma campanha nacional pela paralisação das atividades nas 19 unidades da empresa.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA), a decisão foi tomada após a Lactalis se recusar a “repor a inflação na negociação salarial deste ano” e adotar “uma estratégia truculenta para com os sindicatos de trabalhadores”.

Grupo francês Lactalis é o maior laticínio do mundo e atua no Brasil desde 2013 (Foto: divulgação/lactalis)

 

“Em 2020, a Lactalis do Brasil teve alta de 167% nas exportações, tendo recebido isenções fiscais significativas de governos estaduais, como no Rio Grande do Sul. É um absurdo que a empresa não faça a simples reposição inflacionária”, protestou, em nota, o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo.

Em janeiro, a empresa divulgou que encerrou 2020 com 3,43 mil toneladas embarcadas, alta de 167% ante o registrado em 2019. A empresa afirma, contudo, que esse volume representa apenas 1% das suas operações no Brasil.

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“A exportação é uma atividade embrionária e com desempenho ainda limitado frente ao porte da companhia” afirma a empresa, em nota, na qual avalia que “a produção de laticínios atravessam um cenário conturbado com a pandemia de Covid-19”.

“No primeiro semestre de 2021, o resultado financeiro atingido pela Lactalis foi metade do projetado, fato que reflete um contexto de crise nunca antes visto nas indústrias lácteas brasileiras. Nesse período de dificuldades excepcional, a prioridade é manter os empregos e, para isso, é primordial conceder aumentos realistas”, alega a empresa.

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Segundo a CNTA, os sindicatos farão assembleias nas 19 unidades da Lactalis do país no dia 27, quando um boletim informativo será distribuído aos trabalhadores apontando as motivações do estado de greve.

O material, de acordo com o sindicato, está sendo traduzido para francês e inglês pela União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (UITA) e será enviado às 250 unidades da empresa pelo mundo. Segundo a CNTA, a Lactalis propos como reajuste 80% da inflação observada no período.

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“A articulação nacional é fundamental, neste caso, apesar de termos sindicatos fortes em cada uma das unidades. Percebemos que muitas vezes o patrão joga unido, enquanto a gente faz a luta isoladamente”, afirma o presidente da CNTA em nota na qual afirma que a empresa tem produzido informativos internos com ataques ao trabalho dos sindicatos, tendo chamado a polícia para dispersar uma reunião organizada pelo sindicato de Teutônia (RS).

“Não se sabe o que alegaram à polícia. Desconfiamos que tenham utilizado o falso argumento de aglomeração ou suposta desordem”, relata Camargo. Em nota, a Lactalis confirma que chamou a polícia, mas nega que a motivação tenha sido para conter a ação do sindicato. “A empresa apenas entrou em contato com as autoridades locais para garantir o direito de ir e vir dos funcionários que optaram por seguir em atividade”, argumenta.

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Source: Rural

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