Skip to main content

Em relação à biodiversidade de todo o mundo, o Brasil abriga 12% das espécies de plantas, 12% dos mamíferos e 24% das espécies de peixes.

Obtidos a partir do esforço de cientistas brasileiros e estrangeiros, essas estatísticas estão reunidas no site Hiperdiversidade, lançado nesta terça-feira (29/6) em celebração do Dia Internacional dos Trópicos. A iniciativa é da Rede Amazônia Sustentável (RAS), com o apoio da Ambiental Media. 

“Mais de três quartos de todas as espécies de anfíbios, mamíferos terrestres, peixes de água doce e salgada, formigas e plantas vivem nas regiões tropicais do planeta [das quais o território brasileiro faz parte]”, destaca a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Na foto, rio cercado por paisagens diversas. O site traz informações didáticas sobre os biomas tropicais terrestres e marinhos no planeta (Foto: Divulgação/Embrapa)

 

O novo site traz resultados do trabalho do consórcio internacional Rede Amazônia Sustentável, do qual a Embrapa é coordenadora.

“O banco genético e ecológico dos ecossistemas naturais pode indicar caminhos e soluções para inúmeros problemas atuais, como novos remédios ou genes que podem ajudar na adaptação das espécies cultivadas”, afirma o professor da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, Jos Barlow, que se dedicou ao projeto.

“Quando os cientistas descobrem uma espécie nova, abrem portas para um mundo de outros dados relacionados”, acrescenta Barlow. De acordo com os pesquisadores, são documentadas pela ciência entre 15 mil e 19 mil espécies a cada ano.

saiba mais

Biodiversidade brasileira é pouco explorada por falta de incentivo à pesquisa

 

Segundo a Embrapa, as informações presentes no site estão apresentadas em textos, imagens e infográficos didáticos e acessíveis, visando oferecer uma fotografia geral dos biomas tropicais terrestres e marinhos no planeta.

“Em destaque, está a participação dos biomas brasileiros no contexto mundial, a relevância da Amazônia nesse cenário e as ameaças à manutenção da biodiversidade brasileira”, declara a empresa pública.

A pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental Joice Ferreira recorda que a Amazônia tem 1.385 espécies de aves; o Cerrado, 1.127; e a Mata Atlântica tem 1.015. “Todos os biomas têm importância, seja pelo número grandioso das espécies ou pela singularidade delas, o que chamamos de endemismo”, afirma a cientista.

(Foto: Reprodução/Embrapa)

 

Conforme relata o fundador da Ambiental Media, Thiago Medaglia, o site Hiperdiversidade coloca em perspectiva o que está em jogo quando a gente fala em perda de biodiversidade no Brasil.

“Para atingir esse resultado, mesclamos elementos nesse projeto. Por exemplo: um texto literário de Ronaldo Ribeiro, que foi editor-chefe da National Geographic, combinado com imagens do fotógrafo de natureza João Marcos Rosa. É um projeto que tenta inspirar um pouco pelo viés da beleza e da poesia. A ciência também é inspiração e nada é mais inspirador do que a biodiversidade do Brasil”, conta Medaglia.

O banco genético e ecológico dos ecossistemas naturais pode indicar caminhos e soluções para inúmeros problemas atuais, como novos remédios ou genes que podem ajudar na adaptação das espécies cultivadas"

Jos Barlow, professor titular da Universidade de Lancaster

O trabalho de documentação dessa imensa variedade de formas de vida se iniciou em 2018 com a publicação do artigo The future of hyperdiverse tropical ecosystems (O futuro dos hiperdiversos ecossistemas tropicais, em tradução livre), liderado por Jos Barlow, na revista Nature.

A repercussão do material à época motivou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a criar o Centro de Sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Sinbiose) que desenvolve projetos no âmbito da RAS.

No momento, o Simbiose conta com 30 pesquisadores e estabeleceu uma rede de 337 cientistas de 150 instituições de todo o globo.

Leia mais notícias sobre Sustentabilidade
Source: Rural

Leave a Reply