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Espalhadas pelos interiores do Brasil, 299 agtechs estão na ativa, fazendo do agro o terceiro maior segmento de startups do país — atrás apenas de educação e saúde e bem-estar.

É o que aponta o Mapeamento Agtech 2021, lançado nesta quinta-feira (17/6) pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), ao qual a Globo Rural teve acesso com exclusividade.

Este número é 64% maior que a quantidade de startups voltadas ao campo em 2018, quando a primeira edição do estudo foi lançada. 

Avanço das agtechs tem levado mais tecnologia ao campo(Foto: Getty Images)

 

De acordo com o novo levantamento, 72,8% das agtechs atuam dentro da porteira, ou seja, em tecnologias que auxiliam a produção e a gestão agrícola. Um dos exemplos são os Softwares como Serviços (SaaS), de acordo com Felipe Matos, presidente da Abstartups.

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“O SaaS é o principal modelo de negócio, está em quase 37% delas, seguido de hardware, que tem quase 16%. Ainda assim, a outra metade está distribuída em vários outros modelos. Tem marketplace, assinatura, fintechs, então há uma diversificação de soluções”, aponta.

Quando a gente olha para investimentos, 47% das agtechs brasileiras já receberam algum aporte financeiro

Felipe Matos, presidente da Abstartups

Outro dado que faz o agronegócio se destacar em relação a outros segmentos é o alto nível de financiamento. “Quando a gente olha para investimentos, 47% das agtechs brasileiras já receberam algum aporte financeiro. Isso é quase o dobro da média geral de todos os setores no País, que é de 26,7% em 2020”, afirma Matos.

Estes aportes tendem a ser destinados para regiões brasileiras distintas – na primeira edição do estudo, 50% das startups estavam no Sudeste, agora são 40,5%.

Assista à live com análise dos resultados

“Teve acréscimo tanto no Sul quanto no Centro-Oeste, onde aumentou de 43% para 51,6%, principalmente em Goiás e Mato Grosso”, comenta o presidente da Abstartups. No entanto, ele observa que São Paulo continua sendo o Estado com mais agtechs (27,2% do total do país), seguido de Rio Grande do Sul (17,1%), Paraná (12,7%) e Minas Gerais (8,9%).

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Esta diversificação também reflete no tempo de estrada das agtechs. Enquanto a maioria delas já existe há mais de quatro anos, quase 25% têm menos de um ano, o que representa renovação do mercado, na perspectiva de Matos.

Ele também destaca que 40,7% das 299 agtechs já se relacionaram com grandes corporações e 14,2% com o governo. “O que é um número alto, principalmente pelas corporates, que têm buscado as startups e vice-versa”, ele comenta.

 
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O perfil das agtechs no Brasil
Infogram

Fazenda high-tech

 

 

Parte do levantamento da Abstartups é voltado a entender quais tecnologias são usadas no campo atualmente e qual o nível de tecnificação e diversidade operacional do produtor.

O que se observa é que palavras como machine learning, IoT e blockchain estão cada vez mais na boca do trabalhador rural. Não é por acaso, já que 25,3% dos fundadores das agtechs têm entre 36 e 40 anos e sinalizam ter mais afinidades com as ferramentas.

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“Aquela ideia de que startup era aberta pelos jovens, sem muita experiência, que tinham acabado de sair da faculdade, cai por terra. Essas pessoas já conhecem o mercado, têm bagagem e veem soluções onde vale a pena investir”, observa Felipe Matos.

Sinal desta maturidade é que equipes de tecnologia da informação estão presentes em 78,5% das empresas e 96% delas já fazem uso do armazenamento de dados na nuvem.

Das tecnologias utilizadas, 22,5% representam aplicação de dados. Em seguida, aparecem inteligência artificial (19,6%), IoT ou internet das coisas (16,7%), softwares de comunicação (15,3%), gerenciamento de nuvem (13,1%).

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Em menor escala, mas também presentes estão blockchain (11,1%), visão computacional (8,9%), big data (6,7%), nanotecnologia (4,4%), entre outros (veja a lista completa no infográfico acima).

O acesso a estas ferramentas está condicionado à conectividade, que desponta como desafio em relação à tecnologia. Mais de um terço das startups (34,2%) alegam que falta conectividade e infraestrutura na zona rural. Para 22,3%, a mentalidade digital é outro entrave.

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Interessadas em parcerias, 35,4% das agtechs têm indicado que buscam personalização das soluções. Outras interesses são consultorias (25,3%), soluções de ponta a ponta (18,4%) e preço competitivo (10,1%).
Source: Rural

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