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Celebrado nesta terça-feira (8/6), o Dia Mundial dos Oceanos ganha uma relevância maior em 2021 por marcar o início da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável.

O movimento, liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem como objetivo unir cientistas, ambientalistas e a sociedade para aprofundar o conhecimento das relações do oceano com a vida humana e o meio ambiente.

Este debate vai ser fundamental para reverter o que Samuel Barrêto, gerente nacional de água da The Nature Conservancy (TNC), chama de ciclo vicioso, em que a conservação é vista como inimiga da produção. "A boa notícia é que ainda temos tempo de fazer a reversão para um ciclo virtuoso, onde pessoas e meio ambiente prosperem conjuntamente”, afirma.

Litoral do Oceano Pacífico na América do Sul (Foto: Stuart Rankin/Flickr/CC 2.0)

 

Segundo Barrêto, na natureza está tudo conectado e os oceanos são um importante estabilizador climático. São eles que absorvem uma porção substancial do dióxido de carbono que os seres humanos lançam na atmosfera, e que favorece o efeito estufa. Mas “eles também têm sido afetados com a sobrepesca, a poluição e em sinergia com os impactos climáticos”.

“Acabamos de observar a maior placa de gelo na Antártica se desprendendo, uma placa que é três vezes maior que a cidade de São Paulo, certamente por efeito do aquecimento global”, explica Samuel.

O relatório de 2019 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas revelou que o aquecimento dos oceanos mais que dobrou desde 1993, na comparação com a situação de 25 anos antes.

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Para o gerente nacional de água da TNC, a poluição, a elevação do nível do mar e o aumento da temperatura são apenas alguns exemplos de uma extensa lista de problemas que os oceanos enfrentam hoje. E talvez a maior delas seja a perda da biodiversidade, pois a humanidade não sabe todas as consequências que isso pode provocar.

De acordo com um estudo publicado na revista Science, o tamanho das zonas mortas – áreas sem oxigênio nas águas abertas do oceano e que são abandonadas por criaturas marinhas pois é impossível sobreviver ali – quadruplicou desde meados do século 20.

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“Pela primeira vez na história, a perda de biodiversidade foi identificada como um grande risco global não pelos cientistas ou ambientalistas, mas pelos empresários, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial”, ressalta Samuel.

Nesse sentido, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável é necessária para melhorar a compreensão dos ecossistemas de água salgada, doce e salobra. “É preciso entendê-las para protegê-las.”

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Source: Rural

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