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O indicador do milho Esalq/BM&FBovespa avançou apenas 0,3% no acumulado de maio, fechando a R$ 100,07/saca de 60 kg no dia 31, mas a média mensal ficou em R$ 100,71/saca e foi 3,7% superior à de abril (R$ 97,15) e 101% maior que a de maio/20 (R$ 50,12). O indicador atingiu recorde real da série histórica iniciada em 2004, em valores deflacionados pelo IGP-DI de março/21.

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) lembram que os preços do milho apresentaram comportamentos distintos no mercado interno ao longo de maio. Na primeira quinzena, as cotações foram sustentadas pela retração de vendedores, que limitaram o volume de novas ofertas diante das preocupações quanto aos impactos da estiagem na produtividade das lavouras.

(Foto: Cláudio Neves/Appa)

 

Já nos últimos dias do mês, além da expectativa de melhora do clima no Brasil, a baixa dos preços internacionais do cereal e a desvalorização do dólar levaram uma parcela dos compradores domésticos a retomarem as compras no mercado internacional, pressionando os valores.

Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, entre abril e maio os preços médios subiram 3,5% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e 5,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). “O dólar, por sua vez, se desvalorizou 0,05% no mesmo período, com média de R$ 5,29.”

Já no mercado internacional, na Bolsa de Chicago, de 30 de abril e 31 de maio, o contrato julho/21 se desvalorizou 2,45%, passando para US$ 6,5675/bushel (US$ 258,55/tonelada) no dia 28 – dia 31 foi feriado de Memorial Day nos EUA. O contrato setembro/21 recuou 3,21% em maio, indo para US$ 573,25/bushel (US$ 225,67/tonelada).

Segundo os pesquisadores, diante deste cenário a liquidez seguiu baixa no mercado brasileiro. “Boa parte dos produtores já quitou as dívidas e não teve necessidade imediata de caixa – o que fez com que muitos aguardassem valorizações mais significativas para vender novos lotes. Do lado dos consumidores, muitos preferiram consumir estoques e esperar a entrada da segunda safra de milho.”

Ele observa que o volume de importações esteve maior em maio. Segundo a Secex, considerando-se 21 dias úteis do mês, 62,2 mil toneladas do cereal foram recebidas nos portos brasileiros, volume bem superior às 8,85 mil toneladas de milho importadas no mesmo mês de 2020.

Quanto às exportações, seguiram enfraquecidas, devido à baixa liquidez nos portos. Apenas 13,9 mil toneladas foram embarcadas até a terceira semana de maio, um pouco mais que a metade das 24,93 mil toneladas de milho embarcadas ao exterior em todo o mês de maio de 2020. Em relação aos preços, segundo o Cepea, a baixa foi de 1,3% no porto de Paranaguá (PR), com média mensal de R$ 85,98/saca de 60 kg.

No mercado futuro, as expectativas do início da colheita em algumas regiões do Centro-Oeste e de possível clima favorável para o desenvolvimento da segunda safra pressionaram o contrato Jul/21 na B3, que recuou 7,8% entre 30 de abril e 31 de maio, indo para R$ 95,84/saca de 60 kg no dia 31. O vencimento Set/21 caiu 4,7%, passando para R$ 97,33/sc.
Source: Rural

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