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A receita total do setor fabricante de máquinas e equipamentos foi 3,8% inferior a de março de 2021, mas fechou abril 72,2% acima do registrado no mesmo mês do ano passado, que marcou o início da crise da pandemia de Covid-19.

As informações são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “São números positivos. Desde 2008, é a primeira vez que podemos falar que 'agora vai'”, afirmou José Velloso, presidente da entidade

As exportações sentiram fortemente a redução do comércio global, mas já dão sinal de retomada (Foto: Sima/Divulgação)

 

Em abril, o mercado externo foi responsável pela melhora no desempenho do segmento. O crescimento das exportações foi de 8%, enquanto na receita interna ocorreu queda de 6,1% na comparação com março deste ano.

Apesar das vendas no mercado doméstico terem caído em relação ao mês anterior, houve aumento de 102% na comparação com o mesmo mês do ano passado – em abril de 2020, as vendas encolheram 33% em razão do avanço da pandemia. 

“Nunca o setor de máquinas cresceu tanto como está crescendo agora. Entre janeiro e abril de 2021, a receita do setor cresceu 37% em relação a 2020”, disse Velloso.

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As exportações, que já vinham de um quadro de desaceleração, sentiram fortemente a redução do comércio global. No entanto, com a aceleração do ritmo de vacinação em importantes economias, os negócios internacionais têm ganhado ritmo. Houve crescimento, comparado a 2020, em fevereiro (+9,9%), março (+8,5%) e abril (+8%).

Entre janeiro e abril de 2021, o recorte por destino das exportações evidenciou uma recuperação das vendas para países da América Latina. A China também registrou aumento nas aquisições de máquinas e equipamentos brasileiros.

Por outro lado, as exportações de máquinas para os EUA recuaram 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as vendas para os países da zona do euro registraram crescimento de 3,5%.

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Em abril de 2021, as importações voltaram a registrar queda na comparação mensal (-18,2%), mas mantiveram o quadro de recuperação na comparação interanual (+28,4%). Com isso, no ano, a queda passou de 11,6% em março, para 4,5% no período acumulado até abril.

A recuperação era esperada, em razão do processo de recuperação das atividades em diversos setores da indústria de transformação e, os dados indicam continuidade de recuperação ao longo dos próximos meses.

Entre as principais origens das importações, China, EUA e Alemanha comandam o ranking respectivamente. Entre janeiro e abril, as importações vindas da China cresceram 42,8% e o país asiático retomou a posição de líder com 25,4% das compras totais de máquinas pelo Brasil. Neste mesmo período, as compras vindas dos EUA recuaram 47,9%, levando o país a ocupar a segunda posição com 17,9%. Já as importações da Alemanha, recuaram 19,4%.

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Importação de aço

Velloso também destacou que a entidade vai iniciar nos próximos dias uma campanha para incentivar importações de aço no Brasil como forma de contrapor seguidos reajustes de preços na liga produzida no país.

"O preço (do aço) está em total descontrole e continua subindo. A Abimaq começou um trabalho para promover a importação de aço. Não é um pool de empresas, cada uma vai comprar o seu aço, mas vamos incentivar e mostrar o caminho para a importação e ver se conseguimos derrubar o preço", afirmou o executivo.

Segundo ele, a Abimaq teve uma reunião nesta quarta-feira (26/5) "com vários associados" para buscar alternativas de importação, "prioritariamente da China". Ele não deu detalhes sobre volumes ou agentes que estão sendo contatados para as compras de material no exterior.

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Velloso citou que Usiminas e CSN anunciaram aumentos de preço no aço "até junho", embora tenha mencionado que os preços da liga produzida pela China tenham dado sinais mais recentes de queda.

Representantes do Aço Brasil, que reúne siderúrgicas do país, e de Usiminas e CSN não comentaram o assunto de imediato.

Na semana passada, o presidente da associação que representa distribuidores de aços planos, Inda, Carlos Loureiro, afirmou que os produtores de aço do Brasil avaliavam um possível anúncio de novo reajuste de preços do material entre junho e julho.

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Segundo Loureiro, em maio, os preços de aços planos vendidos aos distribuidores subiram entre 10% e 18%, acumulando desde o início do ano aumentos de 50% a 52%.

Questionado sobre o nível de abastecimento das usinas para o mercado interno consumidor, o presidente da Abimaq afirmou que "melhorou, mas não está perfeito".
Source: Rural

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