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Lúpulo na Fazenda Chacra Fernandez Oro, da Ambev, na Patagônia argentina (Foto: Mariana Grilli/Ed Globo)

 

Agrônoma graduada na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, Mariana Mendes Fagherazzi ainda fazia mestrado sobre o milho quando teve o primeiro contato com o lúpulo.

Ao decidir encarar o doutorado, a pesquisadora defendeu sua tese sobre Adaptabilidade em Cultivares de Lúpulo, sendo uma das primeiras doutoras formadas em Produção Vegetal com este objeto de estudo. “Em outubro de 2017, coloquei essas plantas no chão e, a partir de então, conseguimos atingir vários objetivos, como difundir o plantio da região”, lembra.

Já em 2019, ela se interessou por um curso de sommelier, para degustação mais apurada de cervejas. E a ocasião resultou em um convite para desenvolver um projeto piloto de fomento e incentivo à cultura do lúpulo em Lages (SC). Desde então, Mariana se tornou a supervisora de todos os processos técnicos de plantio na Fazenda de Lúpulo Santa Catarina, da Ambev.

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O projeto foi lançado pela cervejaria aos agricultores da região no início de 2020 e, desde março passado, a companhia já implementou uma lavoura experimental em um viveiro com capacidade produtiva de 60 mil mudas ao ano e uma planta para o processamento do ingrediente.  “A gente provou que é possível colher lúpulo já no primeiro ano”, afirma a agrônoma.

Mariana Mendes Fagherazzi, engenheira agrônoma na Ambev (Foto: Reprodução/Acervo pessoal)

 

Ao longo da carreira, Mariana diz que viu o lúpulo quebrar vários paradigmas em relação à capacidade produtiva em clima tropical. “Teoricamente, não daria para plantar lúpulo em Santa Catarina, pois a literatura indica o paralelo 35° e aqui estamos no 27°. E é fantástico saber que tem lúpulo em outras regiões, como Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso”, conta.

Precisamos de pessoas que façam o link entre cervejeiros e produtores rurais

Mariana Mendes Fagherazzi, engenheira agrônoma na Ambev

Boa drenagem, fertilização pontual em vários estágios da planta e um bom padrão de mudas são essenciais para o desenvolvimento do cultivo, mas Mariana adiciona outro componente: “É água, adubo e amor”, brinca.

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A engenheira agrônoma também é uma das fundadoras da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), entidade que busca fomentar mais pesquisas e também o incentivo fiscal para impulsionar o cultivo.

“Nós precisamos de mais pessoas com essa ambição, mais trabalho científico que possa provar que determinada região pode ser apta para cultivar o lúpulo. Precisamos de pessoas que façam o link entre cervejeiros e produtores rurais e que isso possa se incrementar para o turismo cervejeiro da região”, defende.

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Source: Rural

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