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(Foto: Divulgação/Barenbrug)

 

O aumento do uso de tecnologia aliado à sustentabilidade no campo, em especial com a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), atraem a atenção das startups, que têm levado cada vez mais às fazendas palavras como nanotecnologia, rastreabilidade e blockchain. Tudo a favor da otimização de recursos.

A nanotecnologia verde, por exemplo, é uma realidade que visa aumentar a produtividade e a qualidade nutricional por meio dos fertilizantes biológicos. Quem trabalha com estas minúsculas partículas é Diego Stone, CEO da KrillTech.

De acordo com ele, uma estrutura nanoscópica – o que equivale a um metro repartido em um bilhão – é composta por carbono, nitrogênio e oxigênio. “Com esse tamanho, consegue implementar dentro da planta os princípios ativos do produto”, explica Stone ao dizer que este pode ser um nanobiofertilizante e nanobiofortificante.

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Resultado de um trabalho integrado entre KrillTech, Embrapa e Universidade de Brasília, esta tecnologia, chamada Arbolina, mostra que soluções orgânicas têm tido cada vez mais espaço no mercado. Prova disso é que os produtos já foram registrados no Ministério da Agricultura, segundo Stone, e estão disponíveis para a safra 2021/2022.

“A capacidade produtiva da nossa planta em Camaçari (BA) é de atender 1,2 milhão de hectares e temos projetos para expandir isso em 20 vezes”, afirma. Atualmente, os principais mercados da startup estão na Bahia, Goiás e Distrito Federal, e em estágio intermediário em Minas Gerais e norte e nordeste de São Paulo.

Com a agricultura de baixo carbono cada vez mais em voga, Stone também fala que eucalipto e gramíneas estão entre as 17 culturas que a tecnologia atende. “Ensaios foram feitos em gramíneas de pastagem e na parte florestal, e os resultados com testes feitos mostram a capacidade do produto em ajudar em todo o ILPF”, conta.

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Mercado

Maria Paula Castro, head de Inovação da agtech EcoTrace, está percebendo que o sistema IPF também é uma oportunidade de mercado. Isso porque, a plataforma de rastreabilidade, segundo ela, vem sendo muito procurada pelo setor de madeira certificada, couro e soja.

“Nesse exato momento, a gente tem mais demanda do que capacidade de atender, porque diferentes cadeias já estão nos procurando para essa transparência”, diz ela ao ressaltar que a empresa de rastreabilidade já tem clientes como JBS, Frigol, Minerva, Seara, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Renner, entre outros, para cadeias da pecuária e do algodão.

Na EcoTrace, segundo ela, há uma carga diária de dados que é gerado e publicado em blockchain, ou seja, sem chance de ser alterado depois que foi para a nuvem. Um dos exemplos que cita são as câmeras com inteligência artificial, que fotografa 100% das carcaças e possibilita a classificação com visão computacional, incluindo dorso e pelagem para ter evidência. “A gente não consegue ver apenas um elo, mas precisa ver toda a cadeia, do produtor ao consumidor final, e, então, validar e publicar no blockchain”, conta.

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Transparência

Não apenas na pecuária, mas em outras cadeias, Maria Paula acredita que a transparência ajudará na prestação de contas aos investidores, mas também ao produtor se adequar a um novo modelo de mercado. “Quem não se adequar, deixa de ser fornecedor”, diz.

Responsável pela agtech JetBov, Xisto Alves ressalta que, no contexto de ILPF, “o controle da gestão é essencial para que cada atividade da integração mostre o melhor potencial produtivo”. A empresa utiliza inteligência artificial e armazenamento de dados a fim de digitalizar a cadeia produtiva da pecuária de corte.

A startup, assim como a KrillTech e a EcoTrace, participaram do ILPF Conecta, promovido pela Embrapa durante o 2º Congresso Mundial sobre sistemas ILPF. A visibilidade das startups no evento reforça a aceleração na utilização de plataformas digitais pelos produtores, segundo Alves. “Tanto por serem mais fáceis de usar como também pela possibilidade de viabilizar um acompanhamento à distância”, ressalta.

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Source: Rural

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