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O prefeito de General Câmara (RS), Helton Barreto, anunciou nesta sexta-feira (7/5) que o município vai oferecer um auxílio financeiro aos pescadores da colônia de Santo Amaro, que perderam sua renda proveniente da venda de peixes após a invasão de piranhas vermelhas, também chamadas de palometas.

Cada um dos 70 pescadores cadastrados deve receber duas parcelas mensais de R$ 500 do município. O recurso, segundo o prefeito, virá de uma emenda parlamentar de R$ 100 mil destinada pelo deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS).

Piranhas têm comido e mordido outros peixes no RS, além de cortar as redes de pesca (Foto: Marcelo Moraes/Arquivo pessoal)

 

As piranhas, nativas da bacia do rio Uruguai, começaram a aparecer na bacia do rio Jacuí há três meses. Segundo o vice-presidente da Associação de Pescadores de Santo Amaro, Anderson Flores, a pesca diária caiu de 20 kg para 2 kg por pescador, já que as palometas mordem ou comem os outros peixes, além de cortar as redes com seus dentes afiados.

A renda dos pescadores caiu de cerca de dois salários mínimos (R$ 2.200) para menos de R$ 500. “O número e o tamanho delas têm aumentado todos os dias. No começo, mediam 5  cm. Hoje, já pegamos palometas com 15 cm que chegam a pesar 1,3 kg", observa.

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Flores, pescador há 25 anos, diz que, além de pescar muito pouco, ele e os colegas estão tendo prejuízo com as redes, que ficam cheias de buracos e precisam ser trocadas. “Uma rede nova custa R$ 300. Como vamos comprar isso se está faltando dinheiro para a gente comer?”, questiona.

O pescador diz que a Barragem de Amarópolis, que fica no município, está com mais da metade das 80 comportas danificadas, o que causou uma redução de 4,20 metros no nível do rio e pode ser um dos motivos que atraiu as piranhas. “Elas não gostam de corredeiras, então ficam aqui nas águas paradas da barragem.”

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Além de General Câmara, os peixes da espécie Serrasalmus maculatus apareceram em mais oito municípios da bacia do Jacuí, segundo o biólogo e analista ambiental do Ibama Maurício Vieira de Souza, totalizando uma área de 300 km.

Nesta semana, pescadores de São Jerônimo e da federação das colônias também manifestaram preocupação com a invasão das piranhas no Jacuí. O assunto foi discutido em uma audiência pública realizada quinta-feira (6/5) na Assembleia Legislativa do RS.

Piranha vermelha, também chamada de palometa, tem causado preocupação e prejuízos no RS (Foto: Marcelo Moraes/Arquivo pessoal)

 

O deputado estadual Clair Kuhn (MDB), que é morador de Quinze de Novembro, no Alto Jacuí, manifestou preocupação de que a invasão dos peixes carnívoros possa afetar também a atividade turística da região, especialmente os balneários da Barragem de Passo Real. Por enquanto, não há relatos de pessoas mordidas pelos peixes.

Segundo o analista do Ibama, na audiência foi definida a necessidade de se identificar e interromper o fluxo de entrada das palometas na bacia do Jacuí. Representantes de universidades destacaram a importância de serem feitas pesquisas antes de iniciar ações de combate às piranhas, como a já sugerida introdução de dourados para predar as invasoras, evitando outros problemas ao ecossistema.

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Source: Rural

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