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(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu na noite de terça-feira (28/4) ter usado uma "imagem infeliz" mais cedo quando disse que o coronavírus havia sido inventado pela China e que a vacina do país asiático seria menos efetiva que a dos Estados Unidos, ao procurar desfazer "mal entendido" sobre suas declarações.

Pela manhã, Guedes teceu comentários críticos à China durante reunião do Conselho de Saúde Complementar, na qual também estava presente o chefe da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga. "O chinês inventou o vírus, e a vacina dele é menos efetiva do que a do americano", afirmou.

Após saber que o vídeo estava sendo gravado, Guedes disse: "Só não manda para o ar, por favor." A transmissão do evento fora feita pelas redes sociais do Ministério da Saúde, mas após o término da reunião o vídeo não estava mais disponível.

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Guedes falava sobre a relevância do investimento privado para o avanço de tecnologias em países desenvolvidos e chegou a citar como exemplo a vitória de Estados Unidos e Reino Unido na Segunda Guerra Mundial, que, segundo ele, ocorreu pela força do setor industrial de ambos.

Em entrevista na noite de terça, Guedes tentou suas declarações. Segundo ele, ao ter dito que o vírus foi inventado na China, quis ressaltar a região de onde acredita-se que surgiu o coronavírus, e que pretendia com isso enfatizar a resposta da iniciativa privada dos Estados Unidos ao ter produzido uma vacina eficiente contra Covid-19.

"Quis dar a importância ao setor privado de como consegue produzir respostas. Então mesmo um vírus desconhecido que veio de fora, eles conseguiram fazer uma vacina que parece mais eficaz ainda do que a da própria região que saiu o vírus. Foi só essa imagem que eu quis usar", disse.

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"Nós somos muito gratos à China por ter nos enviado vacina. Eu tomei a CoronaVac, tomei a primeira dose 30 dias atrás e a segunda dose neste domingo, então eu não vou falar mal da vacina", completou.

Na entrevista, o ministro da Economia disse que suas declarações não tinham "nenhum objetivo" e que o próprio presidente Jair Bolsonaro comunicou-o de que o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, iria entrar em contato com autoridades chinesas para desfazer o que chamou de "mal entendido".

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Após as declarações do ministro da Economia, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, usou seu Twitter para destacar a relação entre os dois país no enfrentamento à pandemia.

"Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A CoronaVac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil", disse.
Source: Rural

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