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(Foto: Getty Images)

 

As exportações brasileiras de café, em março, somaram 3,438 milhões de sacas de 60 kg e renderam US$ 450,2 milhões. Apesar da queda de 1,6% no total de sacas exportadas e de 5,4% na receita em dólar no mês, o setor fechou o primeiro semestre com bons resultados.

De janeiro a março, foram embarcadas 11,015 milhões de sacas – crescimento de 10,4% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em receita cambial, o avanço é de 6,1% no agregado até março, com os embarques rendendo US$ 1,437 bilhão ao país. Os dados são do relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Diante do momento desafiador em todo o mundo, com uma menor disponibilidade de contêineres para produtos alimentícios, reflexo de questões sanitárias devido à pandemia da Covid-19 e ao elevado fluxo de contentores para a Ásia, os exportadores brasileiros têm realizado esforços e honrado seus compromissos com o mercado”, destaca Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.

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Nesse contexto, as exportações registram o melhor desempenho dos últimos cinco anos e caminham para quebrar recorde na safra atual. De julho de 2020 até o fim de março, o Brasil remeteu 35,746 milhões de sacas ao exterior, o que implica alta de 18,1% na comparação com as 30,256 milhões de sacas nos primeiros nove meses do ciclo 2019/20.

Já a receita cambial no acumulado da temporada 2020/21 é de US$ 4,484 bilhões  – incremento de 15,1% frente aos US$ 3,897 bilhões apurados no mesmo intervalo anterior.

“O desempenho das exportações é consequência da safra recorde produzida pelo Brasil em 2020 e da evolução constante da qualidade e da sustentabilidade do produto, o que fez com que aumentasse a presença do café nacional, tanto arábica, quanto canéfora, entregue nos armazéns credenciados pelas bolsas de valores mundiais, como a de Nova York, onde o país já responde por quase metade do volume”, explica Rueda.

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O relatório do Cecafé destaca, ainda, a evolução da importação feita por outras nações exportadoras. Nos três primeiros meses de 2021, o Brasil remeteu 785,6 mil sacas de café para países produtores, volume que representa elevação de 82,6% frente ao embarcado no mesmo intervalo de 2020.

Ainda como destaque, surgem mercados emergentes, como a comunidade árabe, que ampliou suas aquisições em 37% no primeiro trimestre deste ano, elevando as compras de 381,6 mil para 522,3 mil sacas.

Os cafés diferenciados, que possuem certificações, também contribuíram. Com o embarque de 1,643 milhão de sacas, esse segmento respondeu por 14,9% do total remetido ao exterior e apresentou evolução de 2,5% em relação às 1,603 milhão de sacas exportadas em idêntico intervalo no ano passado.

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Os Estados Unidos foram os principais compradores de café do Brasil no primeiro trimestre de 2021, ao adquirirem 2,077 milhões de sacas, com avanço de 9,4% sobre as importações realizadas em 2020. Na sequência, vêm Alemanha, com 1,970 milhão de sacas (+9,5%); Itália, com 866 mil sacas (-12,9%); Bélgica, com 813 mil sacas (+ 54,2%); e Japão, com 594 mil sacas (+20,5%).

Bienalidade preocupa

Apesar do bom desempenho, o setor tem cautela quanto ao ritmo dos embarques no futuro. O Brasil produzirá menos café neste ano em função da conhecida bienalidade, que entra no ciclo de baixa em 2021.

Além disso, a prolongada estiagem e as altas temperaturas que afetaram importantes origens produtoras do país, no segundo semestre de 2020 e no início deste ano, também devem contribuir para uma colheita menor.

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“Aliada à preocupação com a logística mundial, a colheita brasileira menos volumosa será mais um desafio que o segmento exportador terá em 2020/21. Ainda não é possível estimar a realidade estatística desse cenário, mas é provável que os embarques do Brasil passem por uma redução na próxima temporada”, projeta Rueda.
Source: Rural

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