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(Foto: Divulgação)

 

Com um rebanho de búfalos três vezes maior do que a população de seus municípios, os animais são parte importante da economia da região de Marajó, no Pará.

O queijo de búfala, em especial, tem ganhado cada vez mais espaço e reconhecimento. As conquistas mais recentes foram o registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, e o Selo Arte.

A IG concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) permite que o nome da região seja usado na iguaria, agregando mais valor. Já o Selo Arte identifica o produto como queijo artesanal tradicional brasileiro e permite sua venda em todo o país.

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“Trata-se de um produto que traz características do território e da sua gente, e cuja estruturação para o registro como uma indicação geográfica pode gerar benefícios econômicos, sociais, ambientais para as regiões", diz a coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Débora Gomide Santiago.

A tradição no uso de leite de bubalina para fazer o queijo vem desde o final do século 19 e o início do século 20, quando houve o aumento do rebanho de búfalos na região. Para a produtora e presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, Gabriela Gouvêa Moura, o registro de IG é a realização de um sonho.

“Sempre acreditamos na IG como um instrumento de desenvolvimento local, dando segurança jurídica ao saber, valorizando o mestre queijeiro e principiante preservando a arte na produção do queijo", destaca.

No paladar, o queijo é mais cremoso com uma leve acidez e um final adocicado (Foto: Divulgação)

Mas o queijo da região já obteve outras conquistas anteriores a essa. Filha de um tradicional queijeiro marajoara, Gabriela lembra que a produção do pai recebeu o primeiro selo de origem do Pará, o que permitiu a venda da iguaria para fora da ilha.

A elaboração a partir do leite de búfala cru com fermentação espontânea, é o principal fator que diferencia o queijo produzido no Norte do país. No paladar, o queijo é mais cremoso com uma leve acidez e final adocicado. Seus valores nutricionais são de 59% mais cálcio, 47% mais fósforo e 30% menos colesterol, além de maior teor de vitaminas A e D.

Com uma família de autênticos queijeiros, Bruna Luiza Silva, vice-presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, comemora a valorização do saber-fazer do queijo como identidade de um povo. “Há o sentimento de pertencimento a um território, a fixação de famílias no campo, a manutenção das nossas tradições carregando um modo de fazer único no mundo.”

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A IG contemplou os municípios de Cachoeira do Arari, Chaves, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e Soure. Esses locais fazem parte da base territorial do Arquipélago do Marajó, mais especificamente dos chamados Campos do Marajó, Microrregião do Arari, Mesorregião Marajó, no Pará.

De acordo com um estudo publicado pelo Ministério da Agricultura em 2020, há entre 65 a 70 queijarias na região. As mais estruturadas chegam a produzir uma média de 60 a 100 kg por dia, em época de safra, e entre 35 e 70 kg diários na entressafra.
Source: Rural

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