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Digitalização avança na agropecuária, mas democratizar acesso é desafio (Foto: Sérgio Ranalli)

 

A digitalização e o avanço da tecnologia da informação vão cada vez mais interferir em todas as fases da cadeia produtiva de alimentos. Novos equipamentos e sistemas estarão cada vez mais presentes na administração dos processos no campo e fora dele, mas ainda há o desafio de promover a conectividade e democratizar o acesso à tecnologia a produtores de todos os níveis no Brasil.

A avaliação foi feita nesta quarta-feira (17/3), pela especialista em tecnologia e inovação e professora da Fundação Dom Cabral, Heloísa Menezes. Ela participou do primeiro dia da Food Tech Expo, evento voltado para a discussão de tendências para a produção de alimentos, transmitido via internet.

Heloísa lembrou que, sendo um grande produtor agropecuário, o Brasil tem um papel importante para a produção global de alimentos. No entanto, a transformação digital vista nessa área não vem ocorrendo de maneira uniforme. Daí o desafio de se estimular uma inovação aberta que democratize o acesso.

“Temos tudo para ser um dos grandes líderes globais nesse processo de transformação digital. Nosso desafio é generalizar essa agricultura 4.0, democratizando o acesso a essa tecnologia”, disse Heloisa. Segundo ela, para isso são necessárias ações como o estabelecimento de uma cultura digital e promoção da educação, além da ampliação da infraestrutura necessária.

Heloisa Menezes, durante sua apresentação no Food Tech Expo (Foto: Reprodução/Youtube)

Durante sua apresentação, Heloísa Menezes destacou que o avanço da tecnologia sempre teve um papel importante na transformação das cadeias produtivas. Desde o desenvolvimento nas áreas de química e mecânica até as inovações mais recentes, ligadas à genética, à biotecnologia e à biologia molecular.

A entrada da digitalização e da tecnologia da informação na produção de alimentos ocorre por meio do que ela chama de ondas. E vem criando um mercado agrícola digital, com efeitos em toda a cadeia, desde a pesquisa e desenvolvimento, passando pelas máquinas e pelas formas de produção.

No ambiente da propriedade rural, por exemplo, uma primeira fase foi a dos aplicativos de gestão, lembrou Heloísa. Nas máquinas, foi introduzida a telemetria e depois a computação embarcada, com tendência de evolução para equipamentos controlados de forma remota ou até mesmo autônomos.

Outras soluções e serviços que vêm sendo agregados, em sua visão, continuarão a modificar e tornar os processos mais eficientes: uso de drones, da robótica, da internet das coisas, do big data e da inteligência artificial na tomada de decisões. Além de tecnologias para administrar a comercialização, a relação com o consumidor, a logística e rastreabilidade. “A gente vê um mercado agrícola digital cada vez mais avançado”, pontuou.

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O momento atual, segundo ela, é de convergência. As tecnologias digitais usadas na agropecuária devem ser capazes de interagir e de serem aplicadas em todas as etapas do desenvolvimento tecnológico. A demanda é de trabalho em rede e cooperação, usando os dados como ferramenta principal.

“Os dados são o elemento-chave para o sucesso da interação entre as várias tecnologias. Será possível aquisição de dados e supervisão de operações em tempo real. Isso muda tudo, muda o foco da gestão nas propriedades agrícolas. Decisões em tempo real poderão ser tomadas com maios eficiência, menor custo e melhor precisão”, avaliou Heloísa, em sua apresentação.

O Food Tech Expo vai até a próxima sexta-feira (19/3). A expectativa dos organizadores é consolidar um espaço para empresas, especialmente startups e foodtechs, apresentarem suas novidades, em especial sobre dietas nutritivas, sustentáveis e saudáveis. Um dos destaques do será um painel sobre o Plano Nacional de Proteínas Alternativas, previsto para a quinta-feira.
Source: Rural

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