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Um terço da produção vem da fazenda modelo da Kero Coco (Foto: Distribuição/Kero Coco)

 

 

Carlito de Souza cultiva coqueirais desde 2005. Antes era arrendatário. Hoje, é dono de uma área de 70 hectares no perímetro irrigado Nilo Coelho, em Petrolina (PE). Ele é um dos agricultores familiares que tem parceria com a Pepsico e fornece cocos para a planta da empresa que produz a água de coco Kero Coco.

Para ele, o contrato com a empresa traz estabilidade, especialmente em períodos do ano em que a demanda por coco é menor. A maior procura ocorre em função da temporada de verão. “O grande problema é a chegada do período frio que compreende os meses de maio a setembro. Nesse tempo, não aparece uma alma sequer em busca do produto”, comenta. 

Produtores como ele fornecem dois-terços do coco que a Kero Coco processa em sua planta industrial. A empresa tem contrato com 80 agricultores familiares da região do Vale do São Francisco. No ano passado, foram adquiridas 34 mil toneladas da fruta, que renderam 32 milhões de litros de água de coco, de acordo com a empresa. Os outros 33% de matéria-prima vêm de coqueirais da própria Kero Coco, uma área de 500 hectares.

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Mesmo na pandemia, a empresa conseguiu resultados positivos, afirma o diretor de agronegócios da Pepsico no Brasil, Ricardo Galvão. Com as pessoas mais tempo em casa, o consumo de água de coco aumentou. Com a segunda onda de contágio por Covid-19 no Brasil e o aperto nas regras de distanciamento e nas restrições de mobilidade, a expectativa é de crescer.

“E 2020 foi um ano excepcional para a Pepsico. Agora que temos essa segunda onda, estamos seguindo por esse mesmo caminho. Tem uma tendência de crescimento de volume ante o ano anterior”, avalia o executivo. A Kero Coco também doou água de coco para hospitais da região de Petrolina.

Com a pandemia, Carlito de Souza achou que perderia a produção, mas contrato com a empresa garantiu as vendas. “No primeiro mês, teve uma pequena redução com a própria indústria. O segundo já se alavancou para 100% do contratado, e após o terceiro, a indústria já estava pedindo além do que o contrato previa”, recorda.

Plantações sustentáveis

Segundo estimativas da Pepsico, o investimento na região do Vale do São Francisco beneficia cerca de 4 mil famílias. E, além da questão comercial, envolve critérios de sustentabilidade, que a empresa pretende reforçar.

A Kero Coco pretende certificar 87% de seus parceiros neste ano por meio do seu programa de agricultura sustentável. Hoje, 65% dos cocos adquiridos vêm de plantações certificadas. Até 2025, todos devem ser integrados, segundo as diretrizes da empresa.

De acordo com Ricardo Galvão, os agricultores parceiros são convidados a participar de oficinas de produção sustentável na fazenda de Kero Coco. Eles  devem ir ao menos a um evento de demonstração no ano, para troca e a ampliação de conhecimento. A iniciativa está inserida em uma plataforma global de sustentabilidade da Pepsico, que reúne mais de mil agricultores em 38 países.

“A agricultura tem um peso significativo, por exemplo, no consumo de água – 70% a nível mundial [segundo a FAO]. Hoje a gente investe muito forte em novos sistemas de irrigação, novos sistemas de manejo agronômico, para ser de fato mais eficiente na cadeia: produzir mais com menos”, frisa o executivo.

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Ricardo Galvão, diretor de Agronegócio da Pepsico no Brasil (Foto: Divulgação/Kero Coco)

 

 

Produção irrigada

(Foto: Divulgação/Kero Coco)

 

Pernambuco está entre os principais produtores de coco do Brasil. O produtor Carlito de Souza credita o desempenho do Estado às águas do rio São Francisco. 

“Toda a região é irrigável, diferente de outras áreas no Ceará e na Paraíba. Por isso que, se a matéria-prima do coco é água, o que a gente fornece aos coqueirais são os recursos hídricos do rio. Assim, conseguimos também ter o maior volume de água por coco – em torno, ou até acima de 400 ml por fruto”, pormenoriza.

Em sua propriedade, os coqueirais são irrigados. Por meio de um sistema de bombeamento construído pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento -, ele usa microaspersão automatizada, que distribui a água nas faixas de solo cultivado. A economia de água chega a 40%, segundo o produtor.

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“Automatizei o processo faz quatro ou cinco anos. Na verdade, não é um investimento muito barato. Por isso, muitos produtores ainda optam pelo registro convencional. Mas depois passei a economizar em mão de obra quanto em custo”, conta.

Ricardo Galvão, da Pepsico, lembra que, no passado, eram usadas outras técnicas de irrigação, que usavam maiores volumes de água. Mas isso está mudando.

“Um exemplo é a inundação. Molhava toda a faixa de solo, desperdiçando muita água. Até o sistema de aspersão convencional. Hoje, há novas técnicas de microaspersão. Tem o sistema de gotejamento em que se pode fazer fertirrigação. Ou seja, isso tudo traz mais precisão e menos desperdício”, pontua.

*sob supervisão de Raphael Salomão, editor-assistente
Source: Rural

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