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Lua poderia abrigar grande banco genético de espécies terrestres (Foto: Universidade do Arizona)

 

Criar uma “Arca de Noé” na Lua. É a ideia de cientistas que propõem levar para o satélite da Terra mais de 300 milhões de amostras de plantas, animais e microrganismos, com o objetivo de formar um grande banco genético para preservar a biodiversidade em caso de uma catástrofe no planeta. A iniciativa é da escola de engenharia da Universidade do Arizona, localizada em um dos estados mais rurais dos EUA.

A ideia seria estabelecer uma política global para assegurar a preservação. Um trabalho neste sentido foi apresentado por pesquisadores em uma conferência sobre questões aeroespaciais, nesta semana, no estado americano.

De acordo com o divulgado pela Universidade, o pesquisador Jekan Thanga diz acreditar ser possível fazer a criopreservação – em temperaturas extremamente baixas – do material genético de mais de 6 milhões de espécies na Lua em uma estrutura que seria alimentada por energia solar. Professor de engenharia mecânica e aeroespacial, ele afirma que a Terra é um ambiente naturalmente volátil.

Jaken Thanga, pesquisador da Universidade do Arizona (Foto: Universidade do Arizona)

“Em vez de dois exemplares de cada animal, sua arca abastecida por energia solar poderia armazenar criogenicamente congeladas amostras de sementes, esporos, sêmen e ovos de 6,7 milhões de espécie terrestres”, diz a publicação. A criopreservação é feita a temperaturas que podem variar entre 180 e 196 graus negativos.

No comunicado, a Universidade destaca que as mudanças climáticas é outra preocupação. A elevação dos níveis das águas pode submergir locais hoje secos. A situação colocaria em risco, inclusive, o banco genético internacional localizado em Svaalbad, na Noruega, e que concentra centenas de milhares de amostras enviadas por diversos países do mundo.

Desta forma, avalia Jekan Thanga, armazenar as amostras genéticas em outro corpo celeste reduziria o risco de perdas da biodiversidade. A publicação da Universidade destaca, no entanto, que a Lua não é um ambiente totalmente amigável, onde humanos podem permanecer por períodos extensos. Não há água nem mesmo ar respirável. De outro lado, proporcionaria um ambiente propício para amostras que necessita permanecer no frio e intocadas por muitos anos.

Na reportagem, o pesquisador afirma que transportar cerca de 50 amostras de cada uma das 6,7 milhões de espécies da Terra necessitaria de algo como 250 lançamentos de foguetes. Para construir a Estação Espacial Internacional, cita a publicação, foram necessários 40. “Não é uma grande loucura”, diz Thanga, na reportagem. Ficamos um pouco surpresos com isso.”

Possível "design" da Arca de Noé lunar (Foto: Universidade do Arizona)

 
Source: Rural

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