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De acordo com a Unica, 17 empresas devem iniciar ainda neste mês a moagem da cana da safra 21/22 (Foto: Editora Globo)

 

Usinas e destilarias no Centro-Sul do Brasil processaram 669 mil toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de fevereiro, alta de 45,92% em comparação a igual período de 2020, quando foram moídas 458 mil toneladas. Os dados fazem parte do levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgado nesta terça-feira (9/3). A região está em período de entressafra.

Segundo a Unica, até o fim da quinzena operavam sete unidades produtoras que processam apenas cana-de-açúcar, cinco que produzem apenas etanol à base de milho, e outras três que utilizam as duas matérias-primas. A entidade projeta que 17 empresas devem iniciar a safra 2021/22 na primeira quinzena de março, e outras 21 unidades iniciam as operações até o fim do mês.

"No final de março do ano passado, 87 unidades produtoras estavam em operação e neste ano apenas 50 empresas devem estar operando. Apesar desse atraso no início da safra 2021/2022, o estoque mais elevado de etanol no início do março é suficiente para atender plenamente as vendas no mês", afirma, em nota, o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. "Para a primeira quinzena de abril, a nossa expectativa é de que outras 124 empresas iniciem a moagem, dando início efetivo à produção da safra 2021/2022", acrescentou.

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O mix sucroenergético na quinzena ficou em 71,38% para o etanol e 28,62% para o açúcar. A fabricação do adoçante foi de 19 mil toneladas nos últimos 15 dias do mês, ante nenhum volume no mesmo período de 2020. Esse avanço tem a ver com o mix menos alcooleiro no período e com a maior moagem de cana.

A produção de etanol alcançou 115 milhões de litros na segunda quinzena de fevereiro, 5,04% a mais do que os 109 milhões de litros de igual período do ciclo 2019/20. Desse volume, 85,63 milhões de litros foram de etanol de milho. Do total de biocombustível produzido, o hidratado, utilizado diretamente no abastecimento dos veículos, representou 107 milhões de litros, enquanto o etanol anidro, adicionado à gasolina, somou 8 milhões de litros.

O volume do anidro representa um avanço expressivo na comparação anual (um ano antes, o volume era negativo por causa do reprocessamento de anidro para hidratado); já o hidratado apresenta recuo de 13,55%.

A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de fevereiro, medida a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 102,35 kg por tonelada ante 85,37 kg/t verificados em igual quinzena da safra passada, alta de 19,89%.

Acumulado

A moagem de cana no acumulado da safra 2020/2021 atingiu 598,790 milhões de toneladas, aumento de 3,25% sobre os 579,930 milhões de toneladas de igual período do ciclo 2019/2020. "Seguindo os números divulgados no final do ano passado, deveremos fechar a safra 2020/2021 com moagem próxima a 605 milhões de toneladas", prevê Pádua Rodrigues.

No acumulado do ciclo 2020/2021, a safra alcançou 145,09 quilos de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, 4,28% superior ao valor apurado no último ciclo agrícola. Desde o início da safra 2020/2021 até 1º de março, 46,19% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, ante 34,46% em igual período de 2019/20.

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Assim, a produção acumulada de açúcar soma 38,235 milhões de toneladas, montante 44,32% superior aos 26,494 milhões de toneladas produzidos um ano antes. Já o volume de etanol produzido no acumulado da safra 2020/2021 totalizou 29,792 bilhões de litros, 8,50% inferior ao assinalado na última safra, com o etanol anidro recuando 1,61% e o hidratado, 11,50%.

O mix desta temporada tem sido mais açucareiro porque as usinas aproveitam os bons preços do adoçante em reais – decorrentes da quebra de safra de outros produtores importantes, da desvalorização do real ante o dólar e da indefinição a partir do subsídio para exportações da Índia – e porque a pandemia da covid-19 reduziu a demanda por combustíveis no País durante alguns meses do ano passado.
Source: Rural

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