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Soja da Bayer. Nova geração de sementes transgênicas estará disponível na safra nova (Foto: Divulgação/Bayer)

 

A terceira geração de sementes transgênicas da Bayer, Intacta 2 Xtend, que estará disponível aos sojicultores brasileiros para a safra 2021/22, chegará junto com uma nova formulação do dicamba – uma das ferramentas usadas no controle de ervas daninhas de soja – que, segundo a empresa, é mais moderna. A nova semente será resistente a esse herbicida e também ao glifosato.

Ramiro Ojevero, líder de Manejo de Resistência de Plantas Daninhas da Bayer, diz que o Xtendicam, nome do produto que será lançado junto com a plataforma Xtend, é bem diferente do defensivo herdado da Monsanto (empresa adquirida pela Bayer em junho de 2018), que teve seu registro suspenso nos Estados Unidos no ano passado.

A suspensão, temporária, ocorreu após reclamações de produtores sobre a deriva do dicamba. Aplicado na soja, por erros de manejo ou formulação incorreta, o agrotóxico chegava a outros cultivos, prejudicando lavouras sensíveis.

“Nos EUA, o registro dos produtos é reavaliado a cada dois anos. Foi o que ocorreu em dezembro de 2020. Foram feitos ajustes necessários a partir dos novos conhecimentos gerados por acadêmicos e instituições e, hoje, o dicamba, que é uma ferramenta importante para o produtor de soja e outras culturas, como o milho, já pode ser usado tranquilamente pelo produtor no pós-emergência da soja, desde que siga as boas práticas agronômicas e as recomendações específicas do produto”, diz o executivo.

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Segundo Ojevero, o sal da formulação do dicamba tradicional foi trocado por um sal menos volátil e foi agregado ao agrotóxico um adjuvante que diminui ainda mais a volatilidade e, consequentemente, a deriva. Ele afirma que Xtendicam será uma ferramenta poderosa para o controle de plantas daninhas também no Rio Grande do Sul, onde a aplicação de outro herbicida, o 2,4D, tem gerado deriva e reclamação de prejuízos de produtores de frutas.

“Deriva zero não existe, mas os riscos de qualquer produto químico são bem reduzidos desde que sejam seguidas as instruções de uso. Em qualquer lugar, é fundamental a capacitação do agricultor e da cadeia.”

Ojevedro ressalta que o dicamba disponível atualmente no mercado brasileiro só pode ser aplicado 60 dias antes do plantio da soja, o que limita seu uso. “O Xtendicam não terá restrição nenhuma e poderá ser aplicado no mesmo dia do plantio.”

Luis Fucks, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), diz que o setor tem muita resistência ao dicamba e está na expectativa do lançamento dos novos produtos. “O dicamba tradicional é mais volátil que o álcool etílico. Um perigo para outras culturas. Seu vapor se desloca e provoca danos por quilômetros.” 

Lançamento

Natália Carvalho, líder de lançamento da Plataforma Intacta 2 Xtend, não revela a data em que a terceira geração de biotecnologia da Bayer chega ao mercado, mas promete o maior lançamento da empresa em cinco anos para a América Latina. Segundo ela, a Bayer vem investindo nos últimos anos em capacitação da cadeia para o bom uso do dicamba e para que o agricultor tenha acesso às informações e a todos os benefícios da nova tecnologia.

“Na safra 2020/21, nossa meta é alcançar 20 mil pessoas capacitadas com toda a trilha de conhecimento desenvolvida pela nossa plataforma. A pandemia impediu a reunião de pessoas, mas a empresa acelerou os cursos virtuais para seus vendedores, que terão a missão de replicar o conhecimento.”

Paralelamente aos cursos, a Bayer investiu em aplicar in loco todo o ciclo do conhecimento da plataforma em grandes fazendas. Cerca de 350 agricultores, chamados de  “eleitos de 2 X”, distribuídos por todas as regiões produtoras de soja do país, estão testando o pacote de inovações, acompanhados in loco por representantes da Bayer. “Antes da autorização da Intacta 2 Xtend pela União Europeia, optamos por manter controle rígido para a tecnologia não sair das fazendas dos eleitos”, diz Natália.

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No mês passado, a Bayer recebeu da autoridade de segurança de alimentos da União Europeia o certificado de segurança de importação das novas sementes para uso e processamento destinado a alimentos e ração animal. A aprovação da China, maior destino das exportações de soja brasileira, saiu em junho de 2020.

Segundo Natália, a informação desenvolvida nesses anos de pesquisa e testes tem sido compartilhada com todos os elos da cadeia de soja, incluindo associações de produtores, acadêmicos, consultores e setores reguladores. A empresa não revela os gastos com a nova plataforma, mas diz investir anualmente 2,3 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Source: Rural

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