Banco do Brasil espera crescimento de 11% na carteira de crédito para o agronegócio neste ano (Foto: Divulgação)
O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, anunciou, nesta terça-feira (23/2), a liberação de R$ 16 bilhões para o custeio antecipado da safra 2021/2022. Os recursos podem ser contratados por produtores de soja, milho, algodão, arroz, cana-de-açúcar e café. No ano passado, o custeio antecipado foi de R$ 15 bilhões. Nas últimas três safras, somou R$ 27 bilhões.
Na linha Pronamp Custeio, para médios produtores, a taxa será de 5% ao ano, com teto de R$ 1,5 milhão e prazo de até 14 meses. Para os outros, a taxa é de 6%, com teto de R$ 3 milhões e o mesmo prazo. Não estão incluídos nos R$ 16 bilhões os financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que têm R$ 4 bilhões até junho.
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Brandão anunciou ainda que o banco vai liberar mais R$ 1 bilhão de recursos próprios para investimento na linha Invest Agro Máquinas, com taxa de 7,5% e prazo de 6 anos, e que, atendendo alerta da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a tarifa de renovação de análise de crédito não será mais cobrada.
Compra antecipada
“A liberdade de poder comprar antecipadamente seus insumos garante diferenciais estratégicos para o produtor, levando em consideração as condições de preço e mercado”, disse João Rabelo, vice-presidente de Agronegócios e Governo do BB.
Para exemplificar as vantagens da antecipação, ele afirmou que, no ano passado, o produtor que comprou insumos para a soja em fevereiro, em vez de deixar para outubro, pagou 19% a menos. No mesmo período, os custos de insumos de milho verão subiram 16% e os de algodão, 12%.
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A carteira de crédito do Banco do Brasil somou R$ 191,7 bilhões em dezembro de 2020, um crescimento de 3,8% em relação a 2019. A expectativa do presidente André Brandão é crescer 11% neste ano e passar dos R$ 220 bilhões. Desse valor, ele espera que R$ 125 bilhões sejam da carteira sustentável.
Novo Plano Safra
A ministra Tereza Cristina, que também participou da live, agradeceu a parceria do banco e falou sobre o novo Plano Safra, que deve ser anunciado em junho. “Se Deus quiser, teremos um Plano Safra melhor do que o do ano passado, mostrando ao agricultor brasileiro que acreditamos nele.” Ela ressaltou que a política do governo é priorizar financiamentos para os pequenos e médios produtores.
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O atual Plano Safra, que termina em junho, disponibilizou 236,3 bilhões, divididos em R$ 179,38 bilhões para custeio, comercialização e industrialização e R$ 56,92 bilhões para investimentos. Em janeiro, os recursos de 10 das 19 linhas de crédito administradas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já estavam esgotados. No caso do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), o dinheiro acabou em novembro, menos cinco meses após o lançamento do plano.
A ministra também afirmou que vem trabalhando por uma escalada forte dos recursos para o seguro rural e disse que o país precisa de mais dinheiro novo para financiar o agronegócio.
Source: Rural