Queimada em parte da floresta amazônica próxima à Altamira, no Pará (Foto: Emiliano Capozoli/Ed.Globo)
O governo brasileiro precisa fazer mais para combater o aumento do desmatamento ilegal na floresta amazônica, que está prejudicando a reputação dos negócios do país. É o que diz o CEO para a América Latina da Natura & Co, João Paulo Ferreira.
Segundo ele, a comunidade empresarial está tendo discussões positivas com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que coordena as questões da Amazônia. Mas essas conversas ainda não estão se refletindo nas ações do governo, de acordo com o executivo. "Por que os resultados não aparecem?", questionou.
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A Natura usa uma variedade de ingredientes da Amazônia em seus cosméticos, geralmente adquirindo-os através de comunidades indígenas locais ou outras comunidades tradicionais.
O desmatamento na Amazônia atingiu o nível mais alto em 12 anos em 2020, mostraram dados do governo, com uma área sete vezes o tamanho de Londres sendo desmatada.
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Os defensores do meio ambiente culpam o presidente Jair Bolsonaro pela escalada na destruição. Bolsonaro defende que a Amazônia precisa ser desenvolvida para eliminar a pobreza, enquanto os ativistas dizem que ele incentiva a extração ilegal de madeira, mineração e pecuária.
Ferreira afirmou que o governo está desmantelando mecanismos de proteção ambiental e desconsiderando fatos científicos, embora não tenha mencionado o nome de Bolsonaro.
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Apesar de os negócios da Natura não terem sido afetados, a política do governo para a Amazônia está prejudicando as exportações brasileiras e fazendo com que alguns produtos sejam vendidos com desconto, disse Ferreira.
Para o executivo, interromper a destruição ilegal da Amazônia é responsabilidade do governo e "não negociável". “Precisa cobrar uma ação nessa direção”, destacou.
Bolsonaro, Mourão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e outras autoridades brasileiras dizem que o desenvolvimento econômico substituirá trabalhos ilegais por legais.
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O governo enfatiza particularmente o crescimento da "bioeconomia", um termo para cosméticos, alimentos, medicamentos e outros produtos baseados nos ricos recursos biológicos da Amazônia.
Ferreira afirmou que a bioeconomia deve ser desenvolvida como uma solução, mas que leva muito tempo. Se o Brasil quer resultados ambientais de curto prazo, a maior oportunidade é o mercado de "serviços ambientais" como a venda de compensações de carbono, disse ele.
Source: Rural
