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Navio carregado com soja para exportação no Porto de Santos (SP) (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

 

Perspectivas de safra recorde, comercialização acelerada, preços em alta e ataques de gafanhotos no Brasil e países vizinhos estiveram entre os destaques do ano na agricultura. Relembre alguns desses fatos.

Safra recorde

A safra de grãos 2019/2020 estabeleceu um novo recorde, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma tendência que, pelo menos na avaliação do governo brasileiro, deve se manter na temporada 2020/2021, apesar dos problemas climáticos registrados em algumas regiões do Brasil. Ainda que o governo esteja otimista, produtores veem um cenário de incerteza provocado e consultorias privadas já começaram a revisar projeções para baixo.

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Recorde também no café

O ano de 2020 foi de produção recorde também no café. De acordo com a Conab, a colheita do ano chegou a 63,08 milhões de sacas. O ano também foi de alta nas exportações e de produtor mais capitalizado, de acordo com analistas. Mas, do ponto de vista das empresas, a pandemia teve forte impacto sobre a atividades das cafeterias e, pelo menos na visão de uma das maiores empresas do ramo, desacelerou o processo de “gourmetização” do produto.

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Exportando e importando soja

O ano de 2020 foi de altos preços de grãos no mercado doméstico e internacional, diante das incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19 e aumento da demanda, especialmente da China. Preços internacionais em alta e dólar valorizado impulsionaram os preços no mercado interno do grão. O volume exportado pelo Brasil foi tão alto que que foi preciso importar soja. A comercialização antecipada de soja atingiu níveis jamais vistos em safras anteriores. E a cadeia produtiva do biodiesel se viu às voltas com uma redução temporária da mistura no diesel convencional.

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Safra de cana e etanol de milho

Outro destaque de 2020 foi o etanol de milho, com um forte crescimento na produção, apesar dos efeitos da pandemia sobre o mercado de combustíveis e das discussões entre Brasil e Estados Unidos que envolvem o comércio bilateral de açúcar e etanol. Mesmo com o cenário adverso trazido pela pandemia, o setor manteve a expectativa de reforço nos investimentos em novas plantas industriais para aumentar o volume de produção.

Já no setor de cana-de-açúcar, as estimativas oficiais do governo apontam para produção recorde na safra 2020/2021, que termina em 31 de março do ano que vem. Com a queda na demanda por combustíveis afetando o mercado de etanol, muitas usinas reforçaram a produção de açúcar, elevando a participação da commodity no mix de produção. Foi também a primeira safra já sob as diretrizes do programa Renovabio, que viu uma disputa judicial em torno das metas de CBio.

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Arroz e feijão

Ficou mais caro colocar o arroz no prato em 2020. O aumento da procura levou a uma alta nos preços do campo ao varejo. Mas não quer dizer, necessariamente, que o ganho para o rizicultor foi generalizado. E a safra nova está sendo preparada em meio a aumento de custos e incerteza sobre o consumo. A expectativa é de que os preços voltem ao normal a partir de janeiro. 

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No feijão, os preços do grão subiram no início do ano e, depois de passarem por uma acomodação em meados de agosto, retomaram a tendência de alta. O cenário levou o consumidor a pisar no freio e reduzir a demanda. E, enquanto a cotação aumentava, o produto enfrentava más condições no campo.

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Trigo: entre o Cerrado e o transgênico

O Brasil ainda é bastante dependente do trigo importado, o que levou, mais uma vez, em 2020, o governo a zerar imposto de importação para garantir a oferta, enquanto, na Argentina, principal fornecedor do Brasil, a expectativa era de queda na produção. Mas o avanço do cultivo do cereal para outras regiões, além do Sul do país, pode ser importante para reduzir essa dependência. Em 2020, a área plantada com trigo no Cerrado brasileiro, por exemplo triplicou.

Outro assunto que mexeu com a cadeia produtiva do trigo neste ano foi a possibilidade de se liberar a produção e comercialização de uma variedade transgênica no Brasil. A cultivar foi aprovada na Argentina e submetida à análise da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Mas enfrenta resistência de entidades ligadas à segurança alimentar e da própria indústria moageira.

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Algodão

A pandemia de Covid-19 mexeu com o mercado de algodão em 2020. A quarentena e as medidas de isolamento e distanciamento social afetaram o trabalho nas indústrias. E a queda acentuada dos preços do petróleo acabou tendo uma influência sobre as cotações internacionais da fibra. Mas ao longo do ano, o mercado retomou os patamares pré-pandemia, o Brasil aumentou exportaçoes e a indústria têxtil chegou até a importar. Em meio à discussão sobre a oferta de insumos para a vacinação contra a Covid-19 no ano que vem, a cadeia produtiva afirma que não será por falta de algodão que a população deixará de ser imunizada. E novas cultivares chegaram ao mercado neste ano.

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Gafanhotos

Gafanhotos assustaram e provocaram perdas em lavouras da América do Sul em 2020. Primeiro foi na Argentina, onde diversas nuvens foram detectadas pelas autoridades sanitárias. As ações de combate incluíram, além de monitoramento, pulverização aérea para dispersar os insetos. Mais no final do ano, os gafanhotos atacaram lavouras do Rio Grande do Sul, aumentando o alerta das autoridades sanitárias gaúchas, que já estavam em estado de atenção com o país vizinho. Mato Grosso também registrou a presença da praga.

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Source: Rural

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