(Foto: Moskow/GovRJ)
Após sofrer um colapso no começo da pandemia, o setor de flores no Brasil espera fechar 2020 com alta nos negócios. Mesmo com eventos proibidos devido ao isolamento social, há otimismo diante do aumento do interesse em jardinagem e busca por decorações para Natal e Réveillon.
No ano, o setor sofre com perdas de 40% nas flores de corte, mas registra um aumento na procura por plantas ornamentais e flores em vaso. Diante da recuperação dos últimos meses à queda brusca nas vendas, a previsão é fechar o ano com crescimento geral de 10%.
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Presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker afirma que a retomada começou a partir de maio, com o Dia das Mães. As demissões, que chegaram a pico de 10%, foram revertidas, e os produtores se readequaram, com alguns mudando as espécies e variedades de flores cultivadas.
“Para 2021, a gente estima um crescimento entre 8% e 9%, com o pé no chão, e ainda considerando os impactos da Covid-19”, ressalta Schoenmaker.
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Na Cooperativa Veiling Holambra (CVH), uma das mais importante do país, a expectativa é fechar 2020 com crescimento entre 8 e 10% no faturamento geral, na comparação com 2019, de acordo com o Departamento Comercial da cooperativa.
Passado o pior momento da crise, os produtores estão mais confiantes. Mesmo sem os grandes eventos do setor, como o Enflor e a Expoflora, eles adequaram suas produções às demandas que foram surgindo e pretendem finalizar o ano focando em ofertas para a decoração das festas familiares.
Plantas comumente associadas a essas datas, como as tuias (pinheiros) e as poinsettias (bico de papagaio) sofreram redução em torno de 15% no volume diante da incerteza motivada pela pandemia. Mesmo assim, a cooperativa projeta crescimento no faturamento em torno de 20% apenas dessas duas espécies.
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No sítio Panorama, o produtor Renê Vernoy perdeu, durante a pandemia, todo o cyclamen plantado – mais de 100 mil vasos -, amargando prejuízos de R$ 1,5 milhão. Ele espera compensar a perda com as poinsettias e, pelo menos, empatar a receita.
No entanto, enquanto a maioria reduziu a produção, ele investiu no cultivo de 140 mil vasos da flor para o Natal, no pote 11, que representam 40% a mais do que o produzido no ano passado, e mais 36 mil vasos no pote 14.
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As flores foram plantadas de julho a setembro e começaram a ser vendidas logo após o Finados. Ele espera vender toda a produção até a próxima semana. Para 2021, no entanto, o cenário é de incertezas.
“As mudas, compradas em euros, tiveram mais de 30% de aumento e estão faltando materiais para embalagens, como vasos e papelão. Não sabemos se os consumidores conseguirão absorver esses aumentos de custos”, afirma.
Source: Rural