Joe Biden toma posse em 20 de janeiro (Foto: Divulgação)
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve continuar pressionando a China a seguir a Fase 1 de seu acordo comercial e usar tarifas como alavanca, disse à Reuters o representante de Comércio do país, Robert Lighthizer, acrescentando que Pequim fez "um trabalho razoavelmente bom" na implementação de partes do acordo.
Em uma rara entrevista na noite de terça-feira, Lighthizer defendeu o histórico do governo Trump na destruição do status quo do comércio e a imposição de tarifas unilaterais sobre 370 bilhões de dólares em produtos chineses.
Pequim assinou a Fase 1 do acordo comercial há quase um ano, após meses de tarifas, prometendo aumentar as compras de produtos agrícolas e manufaturados, energia e serviços dos EUA em 200 bilhões de dólares acima dos níveis de 2017 por dois anos.
As tarifas custaram aos importadores norte-americanos 71,6 bilhões de dólares desde sua imposição, em julho de 2018, de acordo com dados da alfândega dos EUA.
Questionado sobre o que Biden, declarado vencedor da eleição presidencial de 3 de novembro pelo Colégio Eleitoral na segunda-feira, deve fazer em relação à Fase 1, Lighthizer disse: "Eu manteria seus pés na brasa em relação à Fase 1."
"Acho que em algumas partes eles (a China) fizeram um trabalho razoavelmente bom, em outras não", disse Lighthizer.
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Ele afirmou que Pequim está bem atrasada com seus compromissos de compra, em parte devido á pandemia. Até outubro, as compras de produtos e serviços norte-americanos pela China eram cerca de metade do nível que Fase 1 do acordo exigem, de acordo com o Peterson Institute for International Economics.
"Eu usaria o processo de solução de controvérsias para resolver questões específicas", disse Lighthizer. "Eu manteria as tarifas em vigor. Acho que se você vir as tarifas se dissipando, é um sinal de que não estamos falando sério sobre o entendimento de que a China é um adversário estratégico."
Biden disse em agosto que achava que a Fase 1 do acordo comercial estava "falhando". Mas, em dezembro, ele disse a um colunista do New York Times que não planejava "nenhuma ação imediata" para mudar o acordo ou as tarifas sobre produtos chineses.
Biden vai assumir a Presidência em 20 de janeiro.
Source: Rural